quinta-feira, 14 de maio de 2015

Entrevista: Velho x Novo Mundo - com a palavra...eu!

Eu sendo entrevistado é sinal da crise de nossos tempos. Já falei para o Chico Cineasta que tem personalidades mais interessantes, mas fico muito feliz e agradecido que um super-profissional do ramo da tv e de vinhos com 25 anos de TV Globo na bagagem tenha carinhosamente me escolhido para este bate-papo. 
Meu agradecimento vai também para as pessoas que deram suporte e que tornaram isto possível: Sofia Caratsoris Alessandra Rodrigues, Tom Meirelles Paulo Uchoa e o espaço Saudáve Online.

Se tiver 4 minutos para escutar minhas bobagens confira a seguir:




ENTREVISTA "VINHOS DO VELHO E NOVO MUNDO" from Chico on Vimeo.


quarta-feira, 13 de maio de 2015

Máté e a receita para um bom Brunello

Pegue um escritor novaiorquino de origem húngara e misture com uma artista plástica canadense; leve ao fogo lento para Toscana; adicione o agrônomo do Gaja; coloque todos os ingredientes em uns vinhedos adjacentes aos do Soldera e deixe amalgamar. O resultado da receita é uma vinícola boutique em Montalcino de primeira qualidade: Máté 

O casal Ferenc e Candice Máté no ano de 1990 decidiu deixar por trás a vida frenética de Nova York se mudando para Toscana. Depois de uma minuciosa pesquisa os dois adquiriram uns terrenos abandonados com anexa pequena fazenda e um antigo convento em desuso em Montalcino. O detalhe é que esta propriedade ficava no meio dos vinhedos dos maiores produtores da região: Gianfranco Soldera de um lado e Angelo Gaja do outro. Com a ajuda do agrônomo do Gaja conseguiram plantar os melhores clones das melhores videiras locais e em breve tempo a vinícola se tornou um sucesso mundial.


A vinícola Máté estreou no mercado em 2006 com um Syrah e um Merlot de uma das piores safras de sempre, a de 2002; mesmo assim conseguiu ganhar elogios e prêmios da crítica internacional.

Mas o carro-chefe da casa é claramente o Brunello di Montalcino. Recentemente provei um 2009. É um Brunello delicado e complexo e apesar da “descendência” internacional, o vinho fala italiano e com sotaque bem toscano mesmo.

Obviamente falamos de um varietal de Sangiovese Grosso que estagia 35 meses em carvalho, mais 18 meses em garrafas antes da comercialização. 
O buquê aromático inclui fruta silvestre esmagada, folhas secas, tabaco couro e ervas. No palato as sensações são repetidas, num corpo médio de textura suave. A boa acidez sustenta o conjunto e os taninos abundantes e finos levam para um final persistente.

Detalhe: o preço é inacreditável. 

Vinho:
Brunello di Montalcino
Safra:
2009
Produtor:
Mate
País:
Itália
Região:
Toscana
Uvas:
100% Sangiovese Grosso
Álcool (Vol.)
14,5%
Importadora
Enoeventos
Preço médio
R$ 178,00
Avaliação MV
** (marcante)


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Don Melchor 2006! Confira

Você está com os amigos numa noite vínica, e quando você acha que acabou vem o anfitrião com uma surpresa daquelas marcantes, tipo um Dom Melchor 2006. Que tal? Pois foi exatamente esta garrafa que o nosso amigo Rafael tirou da adega para finalizar o nosso encontro.

O vinho dispensa qualquer tipo de apresentação sendo um dos tintos mais icônicos de toda a América Latina e provavelmente o vinho top chileno mais amado dos brasileiros das últimas décadas.

Don Melchor é o vinho mais emblemático da Concha Y Toro, um cabernet sauvignon que vem ganhando elogios e prêmios da crítica internacional e continua sempre consistente ao longo das safras (só para citar a última, a de 2010 foi parar na Top 10 do mundo da Wine Spectator de 2014 – posição n. 9 com 95 pontos).

Procedente de Puente Alto, no vale do Maipo de fato este cabernet cosutma ser cortado com pequenas parcelas de outras castas que variam dependendo da safra, neste caso foi uma pitada de Cabernet Franc. O vinhedo original foi plantado em 1890 com umas mudas pre-filoxera trazidas de Bordeaux e as videiras atuais são as melhores seleções daquelas originais tendo uma idade media de 30 anos. O vinho matura por 15 meses em carvalho francês.

Já tenho provado algumas safras, mas esta de 2006 me impressionou bastante. O vinho é muito elegante mesmo e embora tenha ainda bastante vida pela frente está num ponto ideal para degustação, pois por um lado ainda tem boa fruta, já pelo outro começa a demarcar umas notas de evolução. Nariz de fruta silvestre, alcaçuz, chocolate, tabaco, couro. Na boca tem estrutura, grande equilíbrio, boa acidez, taninos maduros e longa persistência. Um clássico de muita classe.

Veja também

Os tops da Concha Y Toro


Vinho:
Don Melchor
Safra:
2006
Produtor:
Concha Y Toro
País:
Chile
Região:
Maipo
Uvas:
96% Cabernet Sauvignon, 4% Cabernet Franc
Álcool (Vol.)
14,5%
Importadora
VCT
Preço médio
R$ 500,00
Avaliação internacional
WS 94; WE 94
Avaliação MV
** (marcante)


O vinhedo de Puente Alto

O nosso exemplar de 2006




sábado, 2 de maio de 2015

Um belo orgânico do Vale de Loire

Pascal Jolivet é uma das vinícolas mais jovens e dinâmicas do Vale do Loire. De família de negociantes de vinho ele acabou fundando sua própria vinícola na década de 1990 dentro da AOC de Sancerre, na margem esquerda do rio Loire. Começando de maneira “convencional”, foi gradualmente adquirindo mais terrenos e mudando aos poucos seu tipo de viticultura, conduzindo hoje quase todos seus vinhedos de maneira orgânica. E a vinificação também acompanha o mesmo raciocínio, sendo que hoje é feita com mínima intervenção humana, deixando a fermentação acontecer de maneira natural, com leveduras indígenas.

Na sua expansão o Pascal Jolivet adquiriu também uns vinhedos na AOP de Pouilly-Fumé 2013 e é exatamente de lá que vem o vinho de hoje: Pascal Jolivet Pouilly-Fumé 2013

Este vinho faz parte de uma linha de entrada da vinícola, mas mesmo assim muito expressivo. Os 8 hectares deste vinhedo estão bem próximos as margens do rio Loire o que da uma característica ainda mais peculiar dentro da denominação, o que cria um micro-clima e micro-terroir únicos.

Sauvignon Blanc 100%, tem aromas de maça verde, pera, hortelã e limão. Na boca mostra boa tipicidade da região, com acidez vibrante e ao mesmo tempo riqueza em fruta. O álcool super civilizado (12%) o torna ainda mais prazeroso de tomar. Perfeito com frutos do mar (pensei logo em ostras), peixe em geral e queijos de cabra.
Os vinhedos PJ 

O nosso exemplar de Pouilly-Fumé 2013

Vinho:
 Pouilly-Fumé 2013
Safra:
 2013 
Produtor:
 Pascal Jolivet
País:
 França
Região:
 Vale do Loire
Uvas:
Sauvignon Blanc 100%
Álcool (Vol.)
12%
Importadora
 Interfood / Todovino
Preço médio
 R$ 210
Avaliação internacional
 WS 88
Avaliação MV
** (marcante)