segunda-feira, 31 de março de 2014

Interfood Road Show 2014 (parte 2)

No último post tivemos uma visão geral e os meus destaques do evento da Interfood no Rio de Janeiro. Mas como disse, ainda não tinha chegado o melhor do dia, pois do nada o Max, sommelier da importadora, puxou um restrito grupinho para uma mesa vazia e começou a tirar vários coelhos da cartola. 
A primeira ninhada foi de Velho Mundo.

- Olivier Leflaive Pommard Premier Cru Epenots 2009 (R$680): Pommard seja talvez a denominação com tintos mais potentes e encorpados da Borgonha, este exemplar embora estruturado, mantêm a finesse e delicadeza da pinot noir.

- E.Guigal Côte-Rôtie 'Brune e Blonde de Guigal 2007 (R$385): este já o avaliamos, confira clicando aqui.

- Elio Grasso Barolo Ginestra Casa Matè 2009. toda a tipicidade e classe da casta nebbiolo no terroir de Barolo, elegante e gastronômico. Pronto agora mas evolui por mais 20 anos, no mínimo. 

- Fattoria dei Barbi Brunello di Montalcino Riserva 2005 (R$490): envelhece 36 meses em carvalho e 24 em garrafa, mostrou muito equilíbrio e camadas de complexidade.

- Marques de Riscal Gran Reserva 2004 (R$345): um tempranillo (80%) com pitadas de graciano e outras castas no estilo mais tradicional de Rioja, um vinho “sério”, com grande potencial de guarda.

- Marques de Riscal Baron de Chirel 2006 (R420): basicamente quase o mesmo corte do anterior, mas com resultado bem diferente, sendo este mais macio e aveludado, num estilo um pouco mais moderno

-Tommasi Amarone Classico 2009 (R$408): com 3 anos de carvalho, mostra tudo o que se pode esperar de um bom amarone: fruta negra madura, corpo, maciez e um retrogosto levemente adocicado.



A seguir foi a vez dos coelhos contemporâneos:
  
- Chateau D'Esclans Les Clans 2009 (R$407): um rosé da Côte de Provence, com um inusitado corte de grenache e vermentino, bastante interessante.

- Planeta Santa Cecília 2007 (R$215): é o vinho mais representativo deste produtor siciliano e talvez o nero d’avola mais famoso da região inteira. Complexo e robusto, com fruta seca e notas tostadas.

- Avelada Grande Follies 2009 (R$266): Touriga Nacional e Tinta Cão para este tinto da Bairrada encorpado e macio.

- Penfolds Saint Henri Shiraz 2007 (R$759): o preço assusta, mas afinal estamos diante do segundo vinho da vinícola mais badalada da Austrália. Um shiraz com S maiúsculo, muito rico, sedoso e com taninos doces.

- Monte da Cal Vinha De Saturno 2007 (R$320): um alentejano com corte clássico de aragonês, trincadeira e alicante bouschet, mais um pouco de baga. Bastante concentrado e intenso

- Robert Mondavi Cabernet Sauvignon Reserve 2009 (R$867): vinho top da Mondavi, este varietal (com umas pitadas de cabernet franc e petit verdot) impressiona pela potência e profundidade, mas com boa acidez e muito equilíbrio.



Finalizando com os coelhos da América do Sul

- San Pedro Tierra Moradas 2007 (R$243): carmenére do Vale do Maule com salpicadas de petit verdot, macio e rico em fruta

- San Pedro Kankana Del Elqui 2008 (R$ 243): do Vale de Elqui, região ao norte do Chile em rápido crescimento para viticultura, este syrah foi o que mais me marcou deste último painel pelos seus aromas meio cítricos e notas salgadas (tipo maresia). Médio corpo, mas bastante sabor.

- San Pedro Cabo de Hornos 2009 (R$274): Blend de cabernet sauvignon, syrah e malbec de Curicò e Maule, mais encorpado e concentrado, com notas tostadas

- Navarro Correas Structura 2009 (R$200): malbec e cabernet no clássico estilo fruit bomb mendoncino

- Trapiche Viña Jorge Miralles 2009 (R$202): malbecão de vinhedo único de quase 1000 metros de altura. No mesmo estilo do anterior, mas mais concentrado e intenso

- Família Deicas Prelúdio 2007 (R$218): uruguaiano da região de Canelones é um corte bem atípico de Tannat, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Petit Verdot e Marselan com estágio de 22 meses em barricas. O resultado é um tinto cheio de personalidade, robusto, complexo mas com boa acidez e taninos firmes.

Deste último painel não consegui tirar fotos (sorry!), pois o grupo de degustadores que começou exíguo ao redor da mesa, se transformou numa multidão ao longo das degustações o que tornou impossível a missão de aproximar a câmera aos vinhos. De qualquer forma vai encontrar todas as fotos e fichas técnicas no site oficial: http://www.todovino.com.br/



quarta-feira, 26 de março de 2014

Veja como foi o Interfood Road Show 2014 (parte 1)

Na semana passada participei do Interfood Road Show 2014, a convite da própria importadora. O evento itinerante chegou à sua 2° edição (confira aqui a edição passada) e passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. A etapa carioca aconteceu desta vez num dos salões da badalada churrascaria Fogo de Chão, num ambiente bonito e com vista privilegiada para Pão de Açúcar, Enseada de Botafogo e Baia da Guanabara. Os bufês preparados pela casa não ficaram por trás, com iguarias várias para acompanhar os vinhos (além de pães variados, frios e queijos, tinha deliciosos pedaços de lingüiças e cortes de picanha chegando continuamente e um pão de queijo quentinho sensacional). Mas o espaço ficou numa certa hora um pouco apertado pela quantidade de participantes, como acontece na maioria dos eventos do gênero.

Indo aos vinhos, a diferença principal com a edição de 2012 foi que os produtores não estavam presentes, mas a equipe inteira de maneira geral apresentou boa competência e conhecimento dos vinhos apresentados.
Uma outra diferença substancial é que rodando pelas mesas não tinha nenhum dos vinhos tops da casa, mas de repente o Max (sommelier da importadora) tirou o coelho da cartola e apresentou para poucos sortudos uns dos grandes vinhos de seu portfólio, numa seqüência de tirar o fôlego.

Mas vamos por degraus, com os destaques dos vinhos das mesas.

VELHO MUNDO

Para começar Champagne Taittinger Brut Réserve, bem refrescante. Desta vez achei os Chablis de Le Chablisienne mais interessantes, as safras novas trouxeram mais frescor e mineralidade, especialmente o Premier Cru Mont de Milieu 2010 que faz 15 meses de contato com as borras; o Chassagne-Montrachet Premier Cru Clos Saint Marc de Olivier Leflaive 2008 que primou pela elegância, já o Pouilly-Fuissé 2011 de Georges Duboeuf  (estamos sempre na Borgonha, mas na sub-região de Mâconnais) apresentou mais explosão.





Continuando com a França, os vinhos de E. Guigal causam sempre sensação (veja também aqui): dos que estavam apresentando eu não conhecia ainda seu Châteauneuf-du-Pape 2006, muito rico em sabor e taninos macios.


Indo para Itália com exceção dos que já conhecia (Planeta, Fattoria de Barbi, Ruffino, Tommasi, Cortese) o que mais me marcou foi o Schiopetto Rivarossa 2008, corte bordalês da região de Friuli, muito interessante mesmo, unindo finesse e boa fruta.




Da Espanha, não conhecia a Raimat (Costers del Segre) e a Scala Dei (Priorato): da primeira gostei do Castell de Raimat Albarino 2012, da segunda o Prior 2005, com toda a expressão moderna típica da região. E ainda, da badalada Marqués de Riscal (veja aqui o Reserva 05 ), não tinha ainda provado o Rueda Verdejo, elegante, frutado e com acidez refrescante.

Embora o Líbano conste como País do Novo Mundo do vinho eu gosto de considerá-lo como Velho Mundo, pois é justamente nesta área do Cáucaso que nasceu a nossa bebida predileta. Já falamos algumas vezes do Chateau Ksara, mas faço questão de salientar mais uma vez a qualidade de seus tintos, especialmente o vinho homônimo de safra 2004, que embora s seus 10 anos de vida estava delicioso.

NOVO MUNDO

Os de Robert Mondavi são os vinhos americanos mais conhecidos internacionalmente e eu também conheço boa parte de suas linhas, mas não tinha ainda provado os de Greg Norman e fiquei muito bem impressionado. Tinha dois vinhos lá e gostei de ambos mostrando todas as características da Califórnia: o Santa Bárbara Chardonnay 2010 de bom corpo com notas defumadas e o Pasos Roble Petite Syrah 2008, frutado e macio.



A Nova Zelândia se destacou com seus brancos, especialmente o Matua Marlborough Sauvignon Blanc 2013 e o Kim Crawford Sauvignon Blanc 2013, ambos muito secos e refrescantes.



Da Austrália, a vinícola mais famosa: Penfolds. A importadora trouxe o da linha de entrada Rawson's Retreat Shiraz Cabernet 2011 e 2 vinhos da linha de entrada Koonunga Hill, o Shiraz 2010, tinto com cara de velho mundo e o mais moderno e alegre Chardonnay 2012.


Ainda consegui provar o Santa Helena Parras Viejas 2011, um cabernet sauvignon de vinhas centenárias elevando tudo que se pode esperar de um cabernet chileno.

Mas o melhor ainda não tinha chegado, foi quando o sommelier Max puxou um grupinho de degustadores sedentos e abriu algumas jóias da casa em 3 seqüências extraordinárias.

Veja no próximo post, não perca! 

MondoVinho curtindo o local e sua incrível vista








segunda-feira, 24 de março de 2014

Novidades chilenas no Brasil!

Confira estas novidades chilenas chegando ao Brasil, parecem bem interessantes.
Informações fornecidas pela assessoria de imprensa da empresa.

---
Vinhos AS3 chegam ao Brasil

Olisur do Brasil importa a bebida, com exclusividade, diretamente do Chile

Após um ano de atuação no mercado brasileiro, a Olisur do Brasil, em parceria com a Terramater, vinícola chilena destacada nos mercados nacional e internacional, lança com exclusividade no Brasil, os vinhos AS3, feito a partir da uva Cabernet Sauvignon. Para Carlos Alexandre Silva, Diretor de Operações da Olisur no Brasil, trata-se de uma bebida que combina harmonia, intensidade e equilíbrio. “Nosso objetivo é construir a marca AS3 como uma referência em vinhos chilenos de qualidade e ao mesmo tempo ter êxito comercial, alcançando nossas metas de volume, tal qual fizemos com os azeites Santiago Premium e O-Live. E, como resultado, teremos ainda o benefício de reforçar a assinatura Olisur como um aval de qualidade com competitividade”, diz ele.

Com produção única de tintos feitos com a uva Cabernet Sauvignon, a trilogia nasce em função de três elementos: a terra, o clima e o homem. Os vinhos AS3 têm características únicas em sua categoria, principalmente por causa do cuidado com a seleção das uvas, da complexidade do terroir e também pelo clima dos vales onde são produzidos: Maipo, Maule e Curicó, todos pertencentes ao Vale Central chileno.

Responsável pelo projeto dos vinhos AS3, a agência chilena Carvi, desenvolve projetos corporativos para importantes empresas do segmento de exportação desde 1989. “A marca AS3 é a síntese do melhor dos vinhos chilenos, uma chave alfanumérica que permite fácil lembrança e um alto impacto nas gôndolas. Trata-se de um vinho tridimensional, ao cubo”, explica o designer Vicente Peña, que trabalhou no projeto.

As três variedades apresentadas, Varietal, Reserva e Premium, são repletas de detalhes que fazem a fama do vinho chileno no mundo. Entre elas, a coloração vermelho-rubi, às vezes intensa, aroma frutado e expressivo, sabor de frutas vermelhas, encorpado, equilibrado e amadurecido em barricas de carvalho francês. Além disso, a dedicação dos funcionários e também o toque de mestre do enólogo chefe da Terramater, Alexis Castro, com assessoria do enólogo Stefano Gandolini, são os elementos que marcam a distinção dos rótulos que chegam ao país pelas mãos da Olisur do Brasil.




Cabernet Sauvignon AS3 Varietal 2012
Vinho 100% Cabernet Sauvignon da safra de 2012, com 13,5% de teor alcoólico. Oriundo da região do Vale Central, o vinho teve pouco tempo de envelhecimento em barril de carvalho francês em sua origem. Tem coloração límpida e de vermelho profundo, com nuances de púrpura. Apresenta aromas maduros e complexos, tais como baunilha, chocolate, canela e gengibre, além de um leve toque de cereja. Com taninos de textura aveludada, o vinho oferece ótima estrutura e acidez bem equilibrada, proporcionando um retrogosto longo.






Cabernet Sauvignon AS3 Reserva 2012
Vinho 100% Cabernet Sauvignon da safra de 2012, com 14% de teor alcóolico. Oriundo da região do Vale Central, o vinho foi envelhecido em barris de carvalho francês em sua origem. Tem coloração vermelho rubi profundo e aroma complexo, do doce ao picante, com notas de café, chocolate, amora e morango. Com taninos maduros e de textura aveludada, oferece uma estrutura balanceada e harmoniosa, com retrogosto macio e longo.





Cabernet Sauvignon AS3 Premium 2012
Vinho 100% Cabernet Sauvignon da safra de 2012, com 14% de teor alcóolico. Oriundo da região do Curicó, o vinho foi envelhecido em barrica de carvalho francês em sua origem. Tem coloração vermelho rubi profundo e aroma elegante e intenso, com notas doces e picantes, tais como cereja, amora e morango. Com taninos maduros e de textura aveludada, apresenta estrutura bem balanceada e retrogosto macio e longo.

Sobre a Olisur S.A.
No Brasil desde 2013, a Olisur do Brasil é uma empresa que pertence à chilena Olivos del Sur, fundada em 2006 por Alfonso Sweet, o maior exportador de azeites de oliva extra virgens do país. Com uma moderna fazenda com mais de 2500 hectares plantados no Vale de Colchagua, a Olivos del Sur produz anualmente 2,5 MM de litros de azeite.
Em um ano, com o lançamento dos azeites O-Live e Santiago Premium, a Olisur do Brasil alcançou 11.4% de mercado no Rio de Janeiro. Para 2014, além da meta de um forte crescimento no volume de azeites, com a finalidade de alcançar a venda de mais de 2 milhões de litros no Brasil, o objetivo é construir a marca AS3 como uma referência em vinhos chilenos de qualidade e ao mesmo tempo ter êxito comercial, assim como os óleos.

Olisur do Brasil - Av. das Américas, 4.200, Edifício Buenos Aires, Bloco 4, sala 216 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro – RJ – Brasil – CEP: 22.640-102 - Tel – (21) 3385-4291
   

Cursos de vinhos na ABS!

Post Patrocinado: Para quem quiser se aprofundar mais na parte técnica do vinho, do básico até o avançado, fica a dica para a cidade de Rio de Janeiro. 

----

A Associação Brasileira de Sommeliers do Rio de Janeiro ABS-Rio – está com inscrições abertas para os cursos básico e avançado de vinhos. O curso básico ou Tradição, Conhecimento e Prática de Vinhos é indicado para quem deseja se iniciar no mundo dos vinhos. Não possui pré-requisitos e é aberto a qualquer pessoa interessada no assunto. As aulas acontecem uma vez por semana, e têm duração de sete semanas. Já o curso avançado, ou de Degustação e Reconhecimento de Vinhos, é um curso aberto a profissionais e amadores e só pode ser feito por quem já terminou o curso básico.
                    
SERVIÇO CURSO BÁSICO / AVANÇADO FLAMENGO:

Curso: Tradição, Conhecimento e Prática de Vinhos
Data: Início das aulas - dias 24 (segunda-feira) e 26 de março (quarta-feira), ou 10 de abril;
Horário: De 19h15 as 21h45. Turmas às segundas e quartas;
Valor do curso: R$ 560,00 + R$ 20,00 taxa de matrícula. Inclui livro didático, apostila e os vinhos das degustações.

Curso: Degustação e Reconhecimento de Vinhos
Data: Início das aulas - dias 24 (segunda-feira) e 26 (quarta-feira) de março;
Horário Flamengo: De 19h15 as 21h45. Turmas às segundas e quartas.
Valor do curso: R$ 560,00. Inclui apostila e os vinhos das degustações.

Local: Associação Brasileira de Sommeliers do Rio de Janeiro
Endereço: ABS-Rio Flamengo. Praia do Flamengo 66 bloco 2 sala 311.
Informações: (21) 2285-0497.


SERVIÇO CURSO BÁSICO / AVANÇADO BARRA:

Curso: Tradição, Conhecimento e Prática de Vinhos
Data: Início das aulas - dia 25 de março (terça-feira).
Horário: De 19h30 às 21h30. Turma às terças-feiras.
Valor do curso: R$ 560,00 + R$ 20,00 taxa de matrícula. Inclui livro didático, apostila e os vinhos das degustações.

Curso: Degustação e Reconhecimento de Vinhos
Data: Início das aulas - dia 27 de março (quinta-feira).
Horário: De 19h30 às 21h30. Turma às quintas-feiras.
Valor do curso: R$ 560,00. Inclui apostila e os vinhos das degustações.

Local: Associação Brasileira de Sommeliers do Rio de Janeiro
Endereço: ABS-Rio Barra. Via Parque Offices- Av. Ayrton Senna 3000 bloco 2 sala 210 - Barra da Tijuca.
Informações: (21) 2421-9640 (a partir das 13h).



quinta-feira, 20 de março de 2014

Luis Pato Baga-Touriga: corte interessante para um vinho intrigante

Luis Pato é o rei da Bairrada e um dos mais conceituados winemakers de Portugal (além de ser uma simpatia, como constatamos pessoalmente no encontro da Mistral, 2 anos atrás). Foi o primeiro que conseguiu amaciar a tânica Baga (casta típica da região), tornando os vinhos feitos com base nesta uva muito mais agradáveis e fáceis de beber, se comparados aos tradicionais até então.  Recentemente provamos o Luis Pato Baga-Touriga 2011. Este tinto faz parte da linha de entrada da vinícola, mesmo assim entregou boa complexidade e estrutura. Fruta negra e chocolate amargo, boa acidez e taninos vivos e finos, para este corte de duas uvas características (uma da Bairrada, outra do Dão) onde a rusticidade da Baga é complementada pela elegância da Touriga Nacional. Leves notas defumadas devidas à breve passagem em madeira usada e álcool "light" completam o quadro deste tinto típico e bem interessante. Bom potencial de guarda: vai evoluir ainda para os próximos 5-6 anos. 

Vinho:
Baga-Touriga
Safra:
2011
Produtor:
Luis Pato
País:
Portugal
Região:
Bairrada
Uvas:
Baga (60%) e Touriga Nacional (40%)
Alcoól (Vol.)
12,5%
Importadora:
Mistral
Custo médio:
R$ 70,00


sábado, 15 de março de 2014

Fraude: a maquina dos milagres é toda uma mentira!

Nestes dias sites, jornais, revistas, blogs - inclusive este - do mundo inteiro (e não somente os especializados em vinhos, mas também os de informação em geral) falaram sobre The Miracle Machine, o aparelho que prometia produzir seus vinhos em casa em 3 dias. A notícia foi lançada e pulou de mídia em mídia de forma viral, ao ponto que o planeta inteiro acabou sabendo e comentando a respeito dessa milagrosa invenção. Mas fomos todos enganados. A verdade é que foi tudo uma farsa bem maquinada. Mas foi uma mentira movida por boas intenções: uma operação de marketing para chamar a atenção e divulgar o projeto de uma ONG que tem o propósito de levar água potável e utilizável para locais onde esta é escassa ou totalmente ausente.
O projeto humanitário envolve vinho sim, se chama Wine to Water (agora a referencia ao milagre bíblico faz mais sentido) o programa principal é: “Buy a bottle, save a life”, ou seja, para cada garrafa vendida uma vida estaria salva, pois os lucros provenientes da venda destes vinhos californianos serão destinados a áreas carentes de água (principalmente em África, Ásia e América do Sul). Veja mais informações no site oficial, aqui
Enfim, por uma vez tivemos um golpe do bem, uma fraude para uma boa causa.





terça-feira, 11 de março de 2014

Um Rolland Collection sem muito brilho...

Recentemente provamos o Château  La Grande Clotte 2008. Um Bordeaux, mais precisamente da denominação de Lussac-Saint Émilion. O Château  é uma das 12 propriedades espalhadas pelo mundo do celebérrimo enólogo voador Michel Rolland, homem capaz de influenciar o estilo da viticultura e da enologia mundial. Sem entrar aqui no mérito da questão (mas tenho abordado o tema polêmico várias vezes nestas páginas) vamos ao vinho.
Corte com predominância de Merlot, como é tradição para os tintos da margem esquerda, completado com Cabernet Franc vindo de um vinhedo único de idade média de 20 anos, sendo algumas vinhas com mais de 60. Matura em barrica de carvalho usado por cerca de 1 ano.
O vinho não desaponta, mas também não empolga. Denso e encorpado (marca de casa Rolland), muita extração de cor. Nariz de fruta silvestre seca com toques herbáceos. Boa presença de boca, boa acidez, madeira presente e taninos macios. Achei o vinho meio que apagado, sem brilho nenhum. Digamos que seria uma boa opção de Bordeaux para o dia-a-dia, nada mais. Por isto poderia ser mais barato.

Vinho:
Château  La Grande Clotte 2008
Safra:
2008
Produtor:
Michel Rolland
País:
França
Região:
Bordeaux (Saint Émilion)
Uvas:
Merlot (80%) , Cabernet Franc (20%)
Alcoól (Vol.)
13,5%
Importadora:
La Pastina
Custo médio:
R$ 90,00

domingo, 9 de março de 2014

Chega aí o primeiro grande evento do ano: Encontro de Vinhos Rio

Amigos enófilos e apreciadores de vinho, o ano de mega-degustações vai começar em grande estilo: o Encontro de Vinhos começa seu tour no Rio nesta semana.
O evento itinerante concebido e realizado pela dupla Daniel Perches e Beto Duarte é uma das melhores opções (senão a melhor em relação custo/benefício!) para conhecer num único lugar vinhos diferentes, de importadores diferentes, em degustação aberta ao consumidor final e com ingresso bem em conta: somente R$ 60,00 para uma prova livre de 200 vinhos de cerca de 40 expositores como Concha y Toro, Interfood, Villa Francioni, Pizzato, Wine Lovers, Serrado Vinhos, Basso, Qual Vinho, Smart Buy Wines, Manz, Ideal Drinks e Wines of Argentina, entre outros.
O local escolhido para a edição carioca é mais uma vez o restaurante Real Astoria, lindo espaço emoldurado na enseada de Botafogo e com vista espetacular para Baía de Guanabara, Pão de Açúcar e Cristo Redentor. 
Os convites serão vendidos na hora, mas poderão ser comprados com antecedência no site do evento com desconto exclusivo. E os associados da SBAV ou da ABS, tem 50% de desconto.
Veja aqui como foi a edição do ano passado

Então, save the date:

Encontro de Vinhos Rio de Janeiro 2014
Data: 13 de março (quinta-feira)
Local: Real Astoria – Av. Repórter Nestor Moreira, 11 – Botafogo
Horário: das 14h as 22h
Convite: R$ 60,00
Mais detalhes no site: www.encontrodevinhos.com.br 

quinta-feira, 6 de março de 2014

Um Portuga de arrebatar!

Apontado como o mais promissor da nova geração de produtores em Portugal, o Tiago Cabaço, com menos de 10 anos de atividades, já se tornou uma lenda do Alentejo, graças a seus vinhos com apelo jovem e gosto internacional. Os rótulos remetem ao mundo da internet, e as linhas de entradas .com e .beb são um verdadeiro sucesso; já o ícone Blog é um vinho sensação mesmo. Eu conhecia todos estes vinhos, mas o meu amigo Tom Meirelles, grande conhecedor de vinho portuga, me apresentou o Blog Edição Limitada, em safra de 2010, que ainda não tinha provado. A linda garrafa, diferentemente da bordalesa do Blog clássico do rótulo azul, vem em estilo Borgonha com um rótulo dourado. O corte também é diferente, sendo o tradicional de Alicante Bouschet, Syrah e Touriga Nacional, já nesta garrafa não ha Touriga e as uvas são exclusivas dos melhores vinhedos da propriedade. Matura por 1 ano em barricas de carvalho e é produzido somente em 2.500 garrafas.
Estamos falando de um vinho arrebatador, tanto no nariz quanto na boca. Muito intenso aromaticamente, fruta negra em compota, alcaçuz, tabaco e folhas secas. Na boca é denso e de grande estrutura e potência, com textura sedosa e as mesmas sensações olfativas repetidas no palato, mais uns toques terrosos. Os taninos são finos e doces e o final é longo e volumoso. Álcool alto (15%).
Não faz exatamente meu estilo de tinto, mas é inegavelmente um vinhaço, impossível de não gostar. Obrigatório para os amantes de “fortes emoções”...

Valeu, Tom!



Vinho:
 Blog (Edição Limitada)
Safra:
 2010
Produtor:
 Tiago Cabaço
País:
 Portugal 
Região:
 Alentejo
Uvas:
 Alicante Bouschet, Syrah
Alcoól (Vol.)
 15%
Importadora:
 Adega Alentejana
Custo médio:
 R$ 105,00

segunda-feira, 3 de março de 2014

Dois tintos diferentes e saborosos!

Devo confessar que, quando a importadora Winelands me propôs uma parceria com o blog, num primeiro momento fiquei um pouco cético: clube de vinho tem muitos no Brasil e todos mais ou menos oferecendo os mesmos vinhos (ou do mesmo tipo). Mas quando parei pra ver de fato o que este clube teria como diferencial e fiz as primeiras provas na taça, fiquei muito surpreso, positivamente, é claro. O incansável Fernando faz um excelente trabalho de pesquisa e busca, garimpando os melhores rótulos do mundo inteiro de melhor relação preço/qualidade e os importa com exclusividade. Muitas vezes trata-se de regiões e/ou denominações pouco conhecidas, mas com qualidade igual ou até superior às mais badaladas. É o exemplo destes 2 vinhos que recentemente provei:

1- Nemea Agiorgitiko 2011 (Grécia)
2- Terras do Demo Touriga Franca 2008 (Portugal)

1) O primeiro vem da região grega do Peloponeso, da denominação de origem “Nemea” produzido pela vinícola Cavino. A uva é a característica Agiorgitiko procedente de vinhedos de 30 anos. O vinho é jovem e leve, mas não por isto pouco saboroso. Pelo contrário, tem complexidade de sobra, mesmo não passando por madeira. Nariz frutado e floral com notas de lavanda e manteiga. Boca delicada e aveludada, com percepção de boa fruta, maciez e taninos gostosos.


2) O segundo vinho é um português da região de Távora-Varosa, produzido pela Cooperativa Agrícola Do Távora com 100% de Touriga Franca. A casta, mais plantada na região do Douro é fundamental para vinhos do Porto, já para tintos finos exerce a função da Cabernet Franc para viinhos de corte de Bordeaux. Sozinha origina vinhos intensos e delicados, com notas exóticas. É o caso deste tinto varietal que maturou em carvalho por 12 meses. Aromas de fruta negra e azeitona preta, amêndoas e nozez, com toque de baunilha. Paladar estruturado, com os taninos acompanhando a inteira textura, boa acidez e final frutado.



Mais dois vinhos interessantes e diferentes da Winelands Importadora e Clube do Vinho, o Clube o qual eu participo.