sábado, 27 de julho de 2013

De volta pras taças! Degustação de vinhos franceses: participe!

É com grande prazer que anuncio a estréia de um novo ciclo de degustações promovidas pelos blogs MondoVinho e Idas e Vinhas! 

Em parceria com Lidador Rio Sul e Ráscal Rio Sul, vamos apresentar um vasto programa repleto de informação, grandes vinhos e acompanhamentos mediterrâneos, tudo no nosso estilo descontraído de sempre.
A primeira degustação acontece no dia 08 de Agosto na qual iremos desvendar algumas das maiores regiões vinícolas da França e seus vinhos.

Veja mais detalhes abaixo. As vagas são limitadas, portanto garanta logo sua reserva. Espero vocês lá!








quinta-feira, 25 de julho de 2013

Veja como foi o Grandi Marchi 2013

Semana passada participei de mais um grande evento e, tratando-se de vinhos da minha terra, foi duplamente bem-vindo. O Istituto del Vino di Qualità - Grandi Marchi é um time de produtores top da Itália que se uniram para mostrar ao mundo a qualidade das próprias produções. O instituto é presidido pelo marquês Piero Antinori e 19 dos maiores produtores do País, de norte a sul, fazem parte do grupo, sendo: Alois Lageder, Ambrogio e Giovanni Folonari Tenute, Antinori, Argiolas, Biondi Santi Tenuta Greppo, Ca’ del Bosco, Carpenè Malvolti, Donnafugata, Gaja, Jermann, Lungarotti, Masi, Mastroberardino, Michele Chiarlo, Pio Cesare, Rivera, Tasca d’Almerita, Tenuta San Guido, Umani Ronchi.
Esta edição que passou pelo Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro) teve alguns desfalques, totalizando 11 vinícolas participantes; mesmo assim ninguém ficou muito chateado pela ausência dos outros, pois ficamos em companhia de grandes vinhos.
A etapa carioca aconteceu no celebérrimo Copacabana Palace e seus lindos salões. O evento foi muito bem organizado, com taças à vontade, serviço célere e boas comidas para acompanhar. O único defeito foi que em breve os amplos espaços ficaram apertados demais pelo desproporcionado número de convidados, que tornava árdua a tarefa de conseguir um gole de uma garrafa qualquer, e praticamente impossível conversar com os produtores.
Meno male que o melhor do evento aconteceu antes do evento. Numa sala reservada os 11 produtores apresentaram para um grupo de profissionais do setor um de seus vinhos, durante uma Master Class conduzida pelo Marcelo Copello: foi ali, com o devido tempo e conforto, que podemos realmente avaliar e apreciar estas beldades engarrafadas.
Vamos aos 11 vinhos:

1) Começamos com um espumante: 1868 Brut – Prosecco Superiore DOCG da vinícola Carpenè Malvolti. Procedente de Conegliano,Valdobbiadene é (obviamente) um monovarietal 100% Glera. Um espumante alegre, fresco, cremoso e macio.

2) A seguir, meu amigo Nicola Massa apresentou um belo vinho da Sicília: o Tascante 2009, da Tasca d’Almerita. Embora a vinícola seja famosa pela produção de Nero d’Avola em Regaleali, o Nicola teve a ótima intuição de apresentar algo diferente, um tinto que nasce nas encostas do vulcão Etna. Este terroir é frequentemente comparado a Borgonha e a uva autóctone Nerello Mascalese à Pinot Noir. De fato o vinho lembra algo similar e  é muito interessante: profundo e delicado com acidez vibrante e taninos muito bem trabalhados. 

3) Da Puglia, a vinícola Rivera mostrou o caráter bem distinto de seu Il Falcone 2007, corte de Nero di Troia e Montepulciano. O vinho tem grande estrutura e complexidade, juntando na medida certa modernidade e boa fruta com rusticidade e presença de taninos.



4) A Umani Ronchi trouxe o Pélago 2008, um interessante tinto picante e salgado, corte de Cabernet Sauvignon, Montepulciano e Merlot da região de Marche.



5) O supertoscano Guado al Tasso é um dos ícones da produção do célebre Antinori, da Toscana e de toda a Itália. Este 2009 é sim um vinhaço, mas não impressionou particularmente, talvez jovem demais. O corte é tipicamente bordoles (cabernet sauvignon, merlot, cabernet franc e uma pitada de petit verdot), com grande estrutura e potencial de guarda.


6) Pessoalmente não conhecia ainda a Tenute Folonari e seu vinho foi uma grata surpresa. Merlot quase em pureza (90%) e o restante entre Cabernet Franc e Petit Verdot, o Baia al Vento 2008 é um supertoscano de primeira da área de Bolgheri. O vinho é uma delicia: suculento, aveludado com diferentes aromas balsâmicos, e umas notas de evolução.
 
7) Masi é o rei do Amarone, mas meu outro amigo Vincenzo Protti também teve a boa sacada de mostrar um vinho diferente: o Grandarella. Corte bem atípico de Refosco com Carmenère, parcialmente passificadas. Os aromas são de café muito intenso, tabaco e notas defumadas e tostadas. Na boca confirma a mesma sensação. Um tinto bem distinto dos outros, para sair do usual.


8) Michele Chiarlo trouxe um belissimo Barolo. Especificamente o Barolo Cerequio 2007. Muito delicado, mostrou finesse, estrutura, boa fruta, grande complexidade e taninos levigados. Muito mais pronto de um mesmo rótulo recentemente provado da safra clássica de 2006.


9) O Barolo do Pio Cesare ficou somente um pequeno step atrás, com fruta generosa, textura fine e taninos macios, só perdeu um pouco talvez em acidez e elegância.


10) O último tinto provado foi o meu favorito de todo o painel, mas sou certamente suspeito, pois é um vinho da minha região e do produtor com que praticamente fui criado e iniciado ao mundo do vinho. Mastroberardino é indiscutivelmente o maior produtor da Campania, seus vinhos são perfeitos para gastronomia e este Radici Taurasi Riserva é talvez um dos melhores vinhos da Itália inteira, tendo já ganho o titulo de vinho do ano pelo guia Gambero Rosso. Monovarietal 100% aglianico, este 2006 é aristocrático e elegante, mas ao mesmo tempo impressiona pela estrutura e camadas de complexidade.
11) O vinho apresentado pela siciliana Donnfugata é um hors-concours, pois o Bem Ryè é um vinho doce, um espetacular vinho de sobremesa obtido com a passificação das uvas Zibibbo procedentes da ilha de Pantelleria (daí a denominação protegida Passito di Pantelleria). Considerado um dos melhores vinhos doces da Itália e do mundo, este 2009 me encantou sobretudo pelos aromas ao ponto que quase não conseguia tirar o nariz da taça. O cheiro de “mar”, salgado, mineral, junto a fruta cítrica em compota e fruta seca é sensacional. Na boca a doçura nada enjoativa é equilibrada por grande acidez. Com certeza deixa vários Sauternes e Tokaji no chinelo, custando bem menos. 


O mapa vinícola do Grandi Marchi
Master Class
Ready to go
O salão da degustação principal antes da lotação
Nada a ver com vinho, mas a piscina do Copacabana Palace é um ícone também



quarta-feira, 17 de julho de 2013

Como destruir U$140 milhões de vinho com uma única tacada

Mesmo você sendo um grande produtor de vinho, 160 milhões de dólares australianos (cerca de 140 milhões de dólares americanos) são sempre um valor “respeitável” para você colocar na coluna das perdas. Mas é justamente isto que a australiana Treasury Wine Estate vai fazer. E este é justamente o valor total do dano derivante da destruição de milhões de garrafas presentes no mercado norte-americano, adicionado à perda de rendimentos futuros. A drástica decisão foi tomada depois que a TWE superestimou o volume de vendas, saturando nos últimos anos o mercado com produtos de baixo preço, que, seja porque indesejados, seja pela concorrência de chilenos e argentinos, continuam sobrando nas prateleiras americanas. 
Os U$140 milhões de vinho destruído servem para receber um substancial desconto nos impostos, que o governo dos EUA concede quando o produto é destruído, e desta forma reiniciar as exportações – de produtos melhores, se espera.
As garrafas que serão destruídas, são justamente aquelas mais baratas que, nos últimos tempos tinham empolgados muitos com o tal do “milagre australiano”: até um dez anos atrás todo mundo louvava a terra dos cangurus como um modelo a imitar: poucas vinícolas/propriedades enormes, vinhedos grandes que nem o estado de São Paulo e estratégias comerciais de ataque com artilharia pesada. O exato oposto da fragmentação que temos em tradicionais Países vinícolas da Europa, feita de micro-vinhedos e empresas de grande qualidade mas que ficam nos últimos lugares das classificações mundiais de vendas. A história mostrou que o modelo australiano não podia durar, e de fato não durou.
Lição n.1 de capitalismo moderno: tem que vender o velho para poder produzir o novo, senão vai ter que destruí-lo. Com um desconto nos impostos.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A lista das Top30 castas da Itália. Confira

Quais são as castas mais plantadas na Itália? O Corriere Vinicolo publicou nestes dias a lista das 30 variedades mais cultivadas na bota itálica. Nenhuma grande novidade, mas temos também algumas surpresas.
No 1° lugar, sua majestade, Sangiovese, presente de norte a sul. Segunda classificada a Montepulciano, mas analizando atentamente a lista, ela distingue a distingue a casta Trebbiano em: giallo, romagnolo, abruzzese e toscano; somando elas, a Trebbiano ganharia disparada uma segunda colocação. Verdadeira surpresa é ver no 3° lugar a branca Cataratto , casta cultivada quase exclusivamente na Sicília. A seguir a primeira uva não autóctone, a francesa Merlot, embora cultivada no Pais já há várias décadas. Já a onipresente Cabernet Sauvignon, onipresente com consistência no resto do mundo, na Itália se coloca “somente” na 12ª posição.
Interessante também comparar os dados de 2000 com os de 2010, por exemplo constatando o sucesso do Prosecco, da Pinot Noir (quase dobrou) e sobretudo da Syrah, que quintuplicou sua produção.
Segue a lista completa.


quinta-feira, 11 de julho de 2013

E você já provou o vinho do gelo? Este é um lindo icewine

O icewine (vinho do gelo) é aclamado como um dos grandes vinhos do mundo e considerado pelos wine-lovers como um verdadeiro presente de inverno.
Originário das regiões frias da Europa (principalmente da Alemanha, onde é conhecido como eiswein), é no Canadá, especialmente nas regiões de Ontário e British Columbia, que achou seu terroir ideal. As uvas já maturas no começo do outono são deixadas intactas nas plantas até a chegada do rígido inverno canadense acompanhado por seu gelo intenso. Desta forma a fruta fica desidratando naturalmente, concentrando sabor, aroma, ácidos e sobretudo açucares. A temperatura que desce até 10° negativos congela as uvas até solidificá-las, o que torna a colheita, que geralmente é feita à noite, uma tarefa ainda mais difícil. O rendimento do mosto (altamente concentrado) é baixíssimo, cerca 10-15% do normal, pois a maior parte de água é descartada em forma de cristais de gelo. Todo este processo torna inevitavelmente o vinho caro, mas a recompensa costuma ser valiosa, dando como resultado um vinho de sobremesa de alto nível e diferente dos demais.

A Inniskillin é uma das vinícolas mais importantes e premiadas do Canadá, produz tradicionais vinhos tranqüilos na península do Niagara e no vale de Okanagan, mas é com seus icewines que ganhou fama mundial (especialmente depois de ter ganho o Grand Prix de honra na Vinexpo de Bordeaux).
Provei recentemente um Riesling 2007 da casa e foi pra mim um dos mais interessantes vinhos de sobremesa já provados ever. É um vinho de sobremesa, claro, mas a característica principal não parece ser a doçura, pois é balançada magnificamente por uma vibrante acidez, que o torna perfeitamente equilibrado. Os aromas são muito intensos, de limão, abacaxi, mel, damasco, nozes. Na boca é um veludo, complexo, confirmando em camadas os sabores sentidos no nariz. E a doçura final, como disse, “neutralizada” por um grande frescor: o resultado é um sabor acídulo-adocicado, bem diferente e gostoso. Vai ficar na minha memória talvez mais que o Yquem ’97

Não tenho rastos deste vinho importado no Brasil - se encontrar aconselho vivamente a prova - no meu caso foi trazido diretamente do Canadá e custou cerca de U$ 80,00 a meia garrafa (375 ml).

quarta-feira, 10 de julho de 2013

As calorias numa taça de vinho: veja o gráfico!

Quanto pesa na balança o nosso amor pelo vinho? Este infográfico, produzido por Lifehacker vai nos revelar, neste simpático infográfico, discriminando taça por casta. 
Mas, vem cá, o Lifehacker...e eu que tomo Sangiovese e Aglianico não posso saber? Racistas...

Obs. a medida da taça é considerada em 5oz (cerca de 140ml).


terça-feira, 9 de julho de 2013

E o vinho-cola chegou...da França! Ninguém merece

Mal tinha elaborado a informação da pipoca ao vinho (veja aqui), que agora tenho que enfrentar a notícia do vinho ao gosto de cola. Aquela cola. O seu pior pesadelo se chama Rouge Sucette (pirulito vermelho, em francês) e é de fato um vinho aromatizado, feito com 75% de uva e 25% de água, açúcar e aromatizantes de cola.
A empresa Haussmann (olha que é de Bordeaux!) já é experiente na produção de "delícias" como vinho ao sabor castanha, toranja ou maracujá, ao ponto que a introdução da cola no vinho parece meio normal. De acordo com o produtor, “o resultado é surpreendente: o equilíbrio entre o amargo do vinho e o doce da cola é perfeito”.
Vinho pop, preço também pop: 2,95 euros a garrafa, nos melhores supermercados da Europa a partir deste mês.
Criado para fazer concorrência a vinhos doces, tipo o moscatel. A família Haussmann acredita que há faixas de mercado muito atraídas pela idéia de vinho-refrigerante, como os iniciantes, as mulheres e os orientais. Posso até entender quanto aos iniciantes e os orientais. Mas as mulheres??? Só pode estar brincando: hoje são as que mais entendem de vinho! E comparar o wine-cola com o moscatel? Ma per favore! Moscatel é coisa séria. 

sábado, 6 de julho de 2013

Brad Pitt e Angelina Jolie não vêm ao Brasil, mas o vinho deles sim

Os astros cinematográficos Brad Pitt e Angelina Jolie cancelaram a vinda ao Brasil - para promover o filme Guerra Mundial Z - por conta das recente manifestações que invadiram o País mais que os zumbis da película. Mas o vinho deles está a caminho.
Agora o que leva um consumidor a comprar um vinho somente porque associado a nomes de artistas famosos eu não sei. Os casos de celebridades de qualquer forma envolvidos no mundo do vinho (alguns seriamente, outros somente como mera operação comercial) são inúmeros e este do casal mais famoso de Hollywood é apenas o mais recente. Pra mim a equação celebridade=bom vinho fica de difícil resolução, pois não vejo a relação direta entre fama artística e qualidade enológica. Fato é que o vinho de Brad Pitt e Angelina Jolie esgotou em tempo recorde no dia do lançamento: 6mil garrafas vendidas em 5 horas. 
Deste lote, mil garrafas estão chegando ao Brasil (importadas pela World Wine). O vinho em questão se chama Miraval, nome da propriedade do casal na Provence (Sul da França) e é um rosé orgânico, elaborado pela família Perrin.

O cobiçado líquido deve custar entorno de R$150,00. Devido a grande demanda a venda será limitada a 2 garrafas por pessoa. 
Boa sorte.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Espanhol surpreendente

Este vinho foi gentilmente oferecido pelo amigo Duda Zagari da Confraria Carioca enquanto conversamos sobre negócios. Minto: de fato a conversa de negócios foi acompanhada por água (como é justo que seja) e somente quando o assunto foi encerrado, nos descontraímos com este ótimo tinto.
Vynia L´Hereu de Seró é uma vinícola familiar localizada dentro da denominação de Costers del Segre, na Catalunha. A bodega produz somente 2 vinhos, o Petit Grealó e o Flor de Grealó, que eles definem como “vinos ecológicos”, pois são produzidos cuidadosamente com cultivo orgânico e métodos naturais.
Provamos o Flor de Grealó 2004. Quando vi que a garrafa que estava sendo aberta tinha 9 anos de idade fiquei achando que o vinho pudesse estar já morto ou pelo menos passado do ápice da maturação e na parte decrescente da curva de maturação. Engano enorme: estava tudo inteirinho, sem nem um sinal de evolução.
É um corte de uvas francesas, as melhores seleções dos vinhedos próprios de merlot, syrah e cabernet sauvignon, maturado 1 ano em barricas de carvalho.
É um vinho bem complexo tanto nos aromas quanto no paladar. Ameixa, alcaçuz, hortelã, notas minerais, mais um toque de cacau e café. A textura é muito sedosa e a boa estrutura é mantida por um grande equilíbrio entre acidez e taninos doces. A madeira ficou bem integrada ao conjunto e o final pede mais um gole. Muito bom mesmo.

Vinho:
Flor de Grealó
Safra:
2004
Produtor:
Vynia L´Hereu de Seró
País:
Espanha
Região:
Catalunha - D. O. Costers del Segre
Uvas:
Merlot (40%), Syrah (30%), Cabernet Sauvignon (30%).
Alcoól (Vol.)
14%
Importadora:
Península
Custo médio:
R$ 180,00

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Infográfico: os números do vinho nos EUA. Muito legal!

Como bebe o Tio Sam? Vamos descobri-lo com este infográfico desenvolvido pela NowSourcing , que de maneira simples e imediata nos mostra números e dados do mercado do vinho dos Estados Unidos (entre nos, o maior do mundo). 
Descobrimos que quase a metade da população americana bebe vinho regularmente, consumindo 13% da produção mundial. Chama a atenção o dado que, apesar da crise, o consumo aumenta de maneira constante, e interessante notar que a casta mais consumida não é Cabernet Sauvignon nem Merlot (2° e 3° lugar) e sim a branca Chardonnay. Mais interessante ainda a 4ª colocação da Pinot Grigio, puxada sobretudo pelo sucesso deste rótulo italiano.
Informação não surpreendente é que as mulheres preferem tomar vinho mais que os homens, cuja maioria bebe cerveja.
O custo médio de uma garrafa de vinho nos EUA? U$ 6,30. So sad.
Mas veja todos os facts a seguir (clique para ampliar).

A Toast To Wine


A Toast To Wine infographic by NowSourcing.