quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Um tinto monumental


Falar de um vinho sobre o qual já foi dito tudo fica difícil e o risco de ser redundante é elevado, pois estamos na frente de um monumento da enologia mundial.

Angelo Gaja é uma das maiores personalidades do mundo do vinho, o “indiscutível rei do Barbaresco” e um dos artífices da revolução do vinho italiano; o homem que graças a novas técnicas (veja o "post-post" abaixo) lançou o Piemonte no Olímpio das mais badaladas regiões vinícolas do mundo. Hoje em dia seus Barbarescos são vinhos colecionáveis, considerados status symbol ao par dos grandes ícones franceses.

Embora seus Barbarescos single vineyards Sorì San Lorenzo e Sorì Tildin sejam os tops da casa, o mais emblemático rótulo da vinícola é o Barbaresco “básico” (notar as aspas), verdadeiro símbolo da marca Gaja.

Eu estava guardando esta meia garrafa de safra 2001 há alguns anos em minha adega e como tinha um potinho de molho de trufas moídas para experimentar resolvi fazer uma rápida refeição tipicamente piemontesa, com bruschette al tartufo e este típico e glorioso vinho da região. 
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Este Barbaresco é um D.O.C.G., nebbiolo 100%, com uvas selecionadas de 14 vinhedos de propriedade em Langhe. Estagia 12 meses em barricas francesas e mais 12 em grandes tonéis de carvalho de Eslavônia,  completando a maturação com um longo afinamento em garrafa.

A safra de 2001 foi de 5 estrelas, e realmente o vinho foi espetacular tanto nos aromas quanto no paladar. Em plena forma com seus 11 anos de vida, tem estrutura para agüentar tranquilamente mais duas décadas.  Camadas de ameixas, alcaçuz, café, tabaco e notas minerais. Na boca é extremamente elegante, de bom volume mas delicado, acidez perfeita, taninos sedosos e longuíssima persistência.

Monumental.

Voto gringo: 9

Importado pela Mistral. Esta safra de 2001 já é uma raridade; a meia garrafa da 2008 custa na importadora R$ 465,00; a inteira sai por R$ 953,00.

Post-post
O Ângelo Gaja introduziu na década de 1960 algumas inovações que de fato revolucionaram o jeito de produzir vinho na Itália. Entre elas a técnica do diradamento ou “poda verde” (com a qual os cachos em excesso são cortados das videiras para diminuir o rendimento e conseqüentemente aumentar concentração e qualidade).
Foi também o primeiro a fazer fermentação maloláctica  no Piemonte (processo que transforma o ácido de málico em lático, tornado o liquido mais macio ao paladar).
Quanto à maturação, também inovou com o processo de duplo afinamento em carvalho, primeiramente em barricas pequenas e depois em tonéis grandes.
E terminando no sistema de fechamento das garrafas, foi uns dos primeiro a usar rolhas de cortiça mono-peça bem compridas, mais resistentes ao tempo, permitindo uma melhor micro-oxigenação. 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

9 motivos para não ter uma vinícola e viver feliz


Então você gostaria de ser vinhateiro, hein? Claro você viu na tv uns dois ou três aristocratas em roupa de grife sendo entrevistados nos vinhedos, festas vip em castelos luxuosos e fotos em revistas glamourosas. Bom, tenho que lhe dar uma má notícia: o viticultor é um camponês, um agricultor, ainda com as circunstâncias agravantes do setor enológico. Se você plantar trigo, por exemplo, não terá que se preocupar com a qualidade da safra, com o ponto exato de maturação, com as leveduras, etc. Fazer vinho, a sério, prevê uma serie de habilidades e esforços ao limite da resistência humana e, no final do ciclo, vai ter sorte se conseguir pagar uma roupinha da Riachuelo. Então esqueça a vida high society, pois vai ter que encarar as seguintes 9 atividades menos glamourosas da face da terra:

1) Despertador às 4:00. O melhor momento para colher as uvas é o amanhecer. Os cachos não devem chegar muito quentes no porão, sob pena de perda de aromas essenciais. Afinal você deve ter se acostumado a levantar cedo, já que durante todo o verão sempre acordou ao cantar do galo. Sua vida social? Deixa pra lá, os morcegos no sótão têm mais vida que você.

2) Fashion. Calça jeans grossa, camisa de mangas compridas, botas e um chapéu para protegê-lo do sol. Seu espantalho olha para você e sorri. Mais que se vestir você se empacotou em uma embalagem que vai te proteger de cortes, urtigas e insetos irritantes. Até a equipe de Esquadrão da Moda vai achar seu caso irrecuperável.

3) A alegria da colheita. Duas horas de colheita e suas mãos estão tão pegajosas de dar nojo. Você tinha esquecido que as uvas contêm açúcar, e agora está tendo problemas com a tesoura e o resto das ferramentas. Lavá-las é inútil, depois de ter colhido 3 cachos ficou pior que antes. Lembra o que você respondeu para quem te propôs a colheita mecanizada? “Não, nem pensar: a colheita da uva é, para mim, o momento mais sagrado do ano, eu não quero máquinas na vinha”. Vamos lá, não banque o herói, enxugue as lágrimas e chame o cara de volta.

4) A lei é lei. A matemática não mente: para produzir cem litros de vinho, é preciso de duzentos quilos de papel, entre registros, notas e inúmeros documentos. Mas tome cuidado com o que escrever: vai ter várias entidades que te controlam. Cada um delas aparece sem avisar e você é forçado a suspender todas as atividades por causa de um detalhe burocrático. No topo da parada de sucessos de exigências impossíveis há o cálculo para subtrair as borras de vinho como um produto residual. Uma simples equação de 13 funções logarítmicas múltiplas, que normalmente se resolve com multas a pagar (em casos menos graves).

5) O pequeno químico. A fermentação maloláctica tramou um complô contra você, a acidez te odeia, os taninos são indisciplinados e as leveduras indígenas falam mal da sua família. Você gostaria de pedir ajuda de um enólogo, mas um breve parecer telefônico vai te custar mais que um cruzeiro no Caribe – que, casualmente, é a rota mais freqüentada pelos flying winemakers. O que fazer, pagar ou rezar? Ajoelhe-se, e seja convincente: ficar com milhares de litros de vinagre é uma cena provável, e pode acontecer em um piscar de olhos.

6) O dia depois de amanhã. Você está ali, olhando para seus vinhedos, cheio de orgulho, e de repente chega uma chuva de granizo que vai reduzir a colheita pela metade. Corre uma lágrima, mas no final se conforma, isto faz parte. Coloca energia positiva para a safra seguinte. No ano seguinte vem a seca a cortar metade da colheita. Você fica triste, mas é preciso coragem, não podemos nada contra a natureza, ano que vem vai ser melhor. Finalmente o clima foi perfeito durante toda a maturação das uvas, parece estar dando tudo certo, e quando faltam poucos dias para a colheita vão chegar dilúvios e enchentes para estragar o ano de trabalho. E por aí vai.

7) Rich & Famous. Agora que a garrafa está finalmente em suas mãos, pode se dar de presente 5 minutos de satisfação. No minuto 6 a ansiedade vai estragar o clima de festa com a pergunta maldosa: “E agora vai vendê-lo para quem?”. Se não tiver uma rede de representantes para bater portas (e pernas) vai ficar bem complicado. Uma vez que, milagrosamente, conseguiu colocar o vinho no mercado ainda vai ter uma barreira que nenhum outro produto agrícola deve superar: os críticos e os guias de vinho. Pode evitá-los e contar com os tais dos blogueiros, mas acredite, é como sair da frigideira para o fogo eterno.

8) Lehman Brothers. Legal, seu vinho é bom e começa a vender bem. Está até conseguindo entrar nos mercados estrangeiros, e logo depois que você conseguiu fechar com dificuldade umas parcerias com exportadores/importadores, a crise financeira da vez vai acabar com seus sonhos de glória. Seu porão fica com grandes estoques de garrafas, em igual quantidade, de vinho e lágrimas. 

9) Rei das finanças. Depois de 10 anos você percebeu que uma garrafa que você vende a U$8,00 te custa U$9,00. Boa sorte.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A história de um dos grandes vinhos do mundo quando era pequeno


A última edição da revista Bibenda, da Associação Italiana Sommelier, reporta uma entrevista inédita feita em 1978 ao enólogo Max Shubert, criador de um dos mais cultuados vinhos do planeta, o Pendfolds Grange, marco na história da viticultura australiana.
Interessante relevar que quando foi lançado, na década de 1950, este vinho, que se chamava Grange Hermitage para lembrar o estilo dos grandes tintos do Rhone, nem foi levado em consideração. Não somente foi criticado, mas até foi considerado perigoso pela mesma Pendfolds como um potencial dano para a imagem da vinícola.
Naquela época na Austrália os vinhos em estilo Grange não existiam, pois não era previsto o conceito de vinhos para guardar ao longo dos anos: o vinho era produzido para consumo imediato ou, em alternativa, fortificado. De acordo com o Max Shubert os vinhos daqueles anos eram péssimos porque produzidos com métodos errados e sem considerar as características das diferentes safras.

O Grange foi uma revolução em matéria de estilo e técnicas produtivas. O propósito do Shubert era criar um vinho comparável aos grandes vinhos franceses, sobretudo em termos de longevidade. Ele mesmo conta da própria incredulidade quando convidado pela primeira vez em Boredaux degustou vinhos sensacionais de mais de 40 anos de idade.

Então o enólogo começou uma pesquisa minuciosa, inspecionado vinhedos australianos para achar a uva perfeita sob o perfil da maturação, coisa que desde o início foi um dos pontos fortes do Grange.
A primeira vinha foi a de Morphett Vale, logo na entrada da região de McLaren Vale. A shiraz deste vinhedo foi cortada com o da parcela de Magill, sede da casa, senão teria sido classificado logo como “cru”. Sucessivamente foram usadas uvas procedentes de outras áreas, como Kalimna in Barossa Valley, ainda hoje principal mina para o Grange.
As barricas utilizadas inicialmente eram de carvalho americano, segundo o Shubert mais apropriado para manter força e fruta do vinho.
Na época o enólogo foi denegrido pelas suas escolhas e foi preciso de 10 anos desde a primeira safra para começar a reverter as críticas em elogios.
Hoje em dia o Pendfolds Grange é o verdadeiro ícone australiano, capaz de rivalizar em classe, elegância e longevidade com os grandes vinhos do mundo.





quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Provei o 4° melhor vinho do mundo e nem sabia...


A classificação dos 100 melhores vinhos do mundo de 2012 da famosa revista Wine Spectator vocês vão encontrar em qualquer outro blog de vinho, pessoalmente já falei muito a respeito destas famigeradas listas e atribuições de notas, e quem acompanha o MondoVinho já conhece minha opinião (resumidamente: não estou nem aí, basicamente é muita politicagem e marketing - leia mais aqui).
Tanto é que recentemente tomei o vinho que se classificou em 4° lugar e nem imaginava que poderia ser isto tudo na opinião dos queridos críticos americanos.
Degustei o Châteauneuf-du-Pape Clos des Papes 2010 no mês passado em Paris, na famosa loja Lavinia, verdadeiro mega-store de vinhos. Era um dos vinhos em degustação em taça nas maquinas Enomatic, no caso, adquiri um crédito de 30,00 euros e degustei 4 vinhos:


- Vosne-Romanée "Les Champs Perdrix” 2010 Bruno Clair
- Château Batailley 2000 (Grand Cru Classé - Pauillac)
- Château Branaire-Ducru 2006 (Grand Cru Classé -  Saint-Julien)
Châteauneuf-du-Pape Clos des Papes 2010 (mesma safra da lista).

Para falar toda a verdade este Châteauneuf foi o que mais gostei do painel, mas longe de valer 98 pontos (sim, a WS deu 98!) e classificá-lo como o 4° melhor vinho do mundo!
De qualquer forma, um ótimo tinto, com toda a tipicidade da denominação: fruta negra abundante, apimentado, profundo e longo. Basicamente um grenache (80%) completado por syrah and mourvèdre.

O segundo meu favorito deste painel foi o Vosne-Romané do Bruno Clair, elegantíssimo. Este vinhedo (Les Champs Perdrix) fica logo abaixo do cultuado La Tache do Romanée Conti. Com certeza foi um dos mais diferentes pinots borgonheses já provados, com notas muito minerais e toque defumado, com toda a delicadeza da casta.


Já os dois Bordeaux, embora ambos Grand Cru Classe, foram os mais “decepcionantes”. Notar que coloquei a palavra entre aspas, pois trata-se de dois excelentes vinhos, mas que não me marcaram particularmente. Com os clássicos cortes de cabernet sauvignon, merlot e cabernet franc (com pitadas de petit verdot), o Château Batailley mais profundo e maduro, o Branaire-Ducru mais elegante e um pouco mais duro, os dois com ótima acidez e taninos finíssimos, com aquelas notas terrosas e de tabaco típicas da região.



Acabo de descobrir que o Clos des Papes 2005 foi até o 1° da lista da Wine Spectator em 2007 (oh, my God...), aí vai minha dica de sempre: não compre vinhos pelas notas, vai pagar mais caro e correr o risco de se decepcionar bastante.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

4 frasquinhos de tirar o fôlego


Noite memorável na casa dos amigos e colegas Alexandre e Ana Cristina Follador do excelente blog Idas e Vinhas.
O chefe Alexandre preparou sublimes focaccias (de bacalhau e de salame) que acompanhamos com 2 vinhozinhos tops da Borgonha: eu levei um Chablis Grand Cru, os anfitriões abriram um soberbo Premier Cru da Cote d’Or. E ainda teve um fantástico vinho de sobremesa e um belíssimo destilado. Mas vamos por degraus.

Começamos com o meu branco: Domaine du Colombier Chablis Grand Cru Bougros 2008.
O produtor pertence aos “Vignerons Indépendants”, confederação que reúne produtores de toda França, que tem em comum a mesma visão: sem se importar com as políticas/tendências do mercado, tampouco com os críticos internacionais, produzindo vinho com paixão, com respeito do consumidor e do meio ambiente. Ou seja, respeitando a profissão de vinicultor.
Este domaine é specializado em Chablis e este Cru é o seu top de linha. Varietal Chardonnay de vinhedos orgânicos de 15-65 anos de idade, maturado por 12 meses (20% em barrica e 80% em tanque de inox).
A palavra chave é mineralidade. Talvez o vinho mais mineral que já provei. No nariz flores, tomilho e leve picância. Paladar muito macio, de bom volume, com acidez perfeita. Mas a surpresa veio no retro-olfato: nns segundos depois de engulir o liquido sobe toda a mineralidade que faz dos chablis vinhos tão únicos. Persistência longuíssima, realmente impressionante. 


A seguir, um pedaço da historia da França: o mítico Vigne De L'Enfant Jésus, Premier Cru de Beaune Greves, de um dos mais tradicionais (desde 1731) produtores da Borgonha, o Bouchard Père & Fils. Em 1995 o domaine foi adquirido pela famosa casa de chamapagne Henriot, mas a gestão da vinícola continua feita pelo enólogo de família Christophe Bouchard; e depois de mais de dois séculos estes 4 hectares de vinhedo premier cru continuam sendo os melhores da maison.
Interessante a anedota histórica que deu o nome ao rótulo. Parece que a carmelita fundadora da família do Saint Enfant Jésus previu o nascimento do rei Luis XIV, embora sua mãe, a Ana de Áustria fosse estéril. No nascimento do futuro Rei Sol, este vinhedo excepcional, pertencente as Carmelita, tomou o nome de “Enfant Jesus”.
Mas vamos ao vinho. O menino Jesus que tomamos era de safra de 2009, de fato nem um menino, mas uma criança mesmo. Por isto o decantamos uma meia hora (enquanto tomávamos o branco). Mais extraído do esperado mostrou uma cor mais escura e menos transparência do que os pinots da Borgonha costumam ter. Nariz espetacular de bosque com todas as suas frutas, e umas especiarias tipo cravo e estragão. Na boca juntou intensidade e delicadeza, taninos suaves e um leve amargor no final, mas que não chegou a incomodar e que foi ainda atenuado pela comida. Profundo e longo.


O grand finale começou com um Sauternes 2004, também Premier Cru, do Chateau Rayne Vigneau, um dos mais famosos produtores da região desde o século XVII.  
Corte de Sémillon e Sauvignon Blanc, com uma pequena parcela de Muscadelle, as uvas são atacadas pela botrytis cinereadepois fermentadas e maturadas por 18 meses em carvalho e somente no final é feito o corte. Delicioso nos aromas e na boca: damasco, mel, laranja, abacaxi. Doçura nunca enjoativa, balanceada por uma ótima acidez. Perfeito para acompanhar o nosso Stracchino della Duchessa (uma variação do Tiramisù), que a amada Jeane preparou.


E para terminar (e digerir), uma Grappa top, da região italiana de Friuli: a Cru Monovitigno Ribolla Gialla do tradicional produtor Nonino, destilada inteiramente com método artesanal. Com aroma floral, e uma leve maça, foi uma surpresa: delicada e finíssima, embora com seus 45°graus alcoólicos, mostrou muito frescor e elegância. Realmente de primeira.



Enfim, a noite foi sensacional e agradeço aqui publicamente mais uma vez o querido casal Alexandre e Ana pelo convite e por ter proporcionado estes momentos tão agradáveis. 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Qual é o vinho mais afrodisíaco do mundo?


A resposta parece até banal e tenho certeza que você já acertou.
A sommelier e jornalista australiana Debra Pearce Pratt pôs o quesito na edição de novembro da revista Decanter. O raciocínio é feito a partir do nariz, o órgão de sentido mais desenvolvido que temos, com 345 diferentes receptores. Por isto foi consultado o perfumista londrino Roja Dove que indicou os cheiros mais sensuais: jasmim, baunilha, musgo e lábdano. Especialmente parece que a baunilha leve à loucura (e eu que ainda me perguntava por que todo mundo gosta de vinho amadeirado, que bobo!).
Segundo o Roja temos ainda que distinguir as notas que trazem sensações tonificantes e inebriantes das outras responsáveis da sensualidade e excitação. Podemos achar as primeiras na fruta cítrica, na fruta vermelha, no anis, tomilho, lavanda, musgo e violeta. Já as sensações que suscitam atração física são provocadas por especiarias e, sobretudo, citrus, sândalo e trufas.
Então sabe qual é a uva que, uma vez vinificada, consegue originar este leque completo de aromas? Mas le Pinot Noir, naturellement! Segundo a Decanter os tintos feitos a partir desta uva, especialmente os da Borgonha, conjugam fruta vermelha e flores, especiarias, baunilhas e notas terrosas.
Enfim, isto explicaria porque os amantes do vinho são apaixonados por pinot noit. 
Melhor que viagra.  

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Umas novidades chilenas

A importadora Max Brands acaba de lançar no mercado brasileiro uns novos rótulos chileno, da vinícola Chilcas. Confira mais detalhes nas notas oficiais da casa.

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A Importadora Max Brands apresenta sua nova linha Premium de vinhos Chilenos que acaba de chegar: Chilcas, do Vale do Maule. Produzidos pela Via Wines, uma vinícola audaz e inovadora, seus vinhos refletem a tradição vitivinícola do Chile, com um toque de modernidade.

Seus mais de 1.039 hectares de vinhedos estão localizados nos principais vales: Maule, Casablanca, Curicó e Colchágua. A produção é feita com a menor intervenção possível dos enólogos na busca da máxima expressão de cada varietal, refletindo fielmente o precioso terroir. O resultado deste trabalho são vinhos equilibrados, de boa estrutura, complexos, nos quais o tempo em barrica representa um complemento fino e elegante.

Entre as variedades cultivadas está a uva Pais, também chamada Mission, (em espanhol, Misión), assim denominada em homenagem as primeiras missões franciscanas da Califórnia, que trouxeram a uva da Espanha via México. A mesma uva também foi levada para o Chile e Argentina, onde ficou conhecida como “País” e “Criolla” respectivamente. Esta uva de alto rendimento era utilizada como base dos vinhos de mesa. A Chilcas assumiu o desafio de, com uma uva pouco nobre, fazer um vinho de qualidade. O resultado surpreendeu a todos: um vinho volumoso, com taninos persistentes e abundantes.   R$         82,25


O enólogo chefe da vinícola Chilcas, Camilo Viani, é formado na Universidade do Chile com mais de 11 anos de experiência nas melhores vinícolas chilenas, como Concha y Toro, Casas del Bosque e Viña Mar, um projeto de boutique da Viña San Pedro.

Autenticidade, sustentabilidade e harmonia são os pilares que guiam a elaboração dos vinhos Chilcas, sem perder de vista a preocupação com o meio ambiente. E as ferramentas utilizadas são moderníssimas, o que permite controlar o ecossistema; tratar a água utilizada e reutilizá-la novamente na natureza; moderar o uso da água no vinhedo na quantidade exata necessária; controlar pestes e doenças de forma orgânica e, finalmente, controlar a qualidade do ar.

Na Vinícola fazem um uso da água racional, controlam o uso eficiente de materiais, se preocupam com a economia de energia e controle de resíduos sólidos. Seus vinhos são engarrafados com garrafas “ecoglass”, de acordo com a filosofia sustentável. Tudo isso como uma forma de agradecer à terra por tudo que ela lhes dá.

A Via Wines atua também na Comunidade onde vive, buscando usar os recursos humanos das regiões que os cercam, dando apoio ao artesanato local encomendando a eles os presentes que dão aos convidados, por exemplo.

Chilcas é o nome que o povo Quechua dá um arbusto que cresce na base do vulcão “Descabezado”. Este arbusto era utilizado para tingir as roupas mais seletas deste povo.

A Chilcas produz três linhas de vinhos (Single Vineyards; Reserva e Selected Vineyards) além de um Late Harvest e dois vinhos ícones: Las Almas – produzido com a uva Carménère, considerada a essência do Chile, tendo no rótulo o desenho do DNA desta cepa; e o Red One, um vinho de corte bordalês - Merlot; Cabernet Franc; Cabernet Sauvignon e Petit Verdot – resultando num vinho muito complexo e elegante.

Localização:
Seus vinhedos estão localizados nos Vales de Casablanca, Colchágua, Curicó e principalmente Maule, onde existe uma maior diversidade geográfica.

A grande diversidade de solos presentes no vale permite o cultivo de muitas variedades. A ampla gama disponível se transforma numa fonte de inovação e experimento para a equipe de enólogos e viticultores, sempre em permanente busca da mais alta qualidade e excelência.
  
Vinhedo San Rafael – Desde 1998 o mais importante vinhedo do Vale do Maule, possui plantações de uvas tintas e brancas. A grande maioria dos vinhos Chilcas é originária deste vinhedo, como o Single Vineyard Cabernet Franc, um vinho sensacional, com taninos suaves e elegantes, e grande persistência.
  
Vinhedo Tapihue – Localizado no Vale de Casablanca, a poucos quilômetros do Oceano Pacífico, seu clima fresco e solo argiloso tem feito desta área uma apelação reconhecida em nível mundial pela qualidade de seus vinhos brancos e Pinot Noir. Como o Reserva Sauvignon Blanc, fresco e mineral, com sabores tropicais e uma acidez agradável.

 Vinhedo Nilahue – O Vale do Colchagua é hoje mundialmente reconhecido pelos vinhos elaborados com Cabernet Sauvignon, Carmenère, Syrah, Sauvignon Blanc e Chardonnay. O Reserva Cabernet Sauvignon, originário desse vinhedo, é um vinho persistente com acidez equilibrada, taninos abundantes e de grande qualidade.

Vinhedo Los Niches – No Vale do Curicó, próximo a Cordilheira dos Andes. Neste vinhedo são plantadas a Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Carmenère, Merlot, Syrah, Sauvignon Blanc, Chardonnay e Pinot Noir. Os vinhos se caracterizam por sua expressão especialmente frutada, resultado da grande diferença entre as temperaturas do dia e da noite.


Vinhos Chilcas:

Select Vineyards –  linha de entrada com vinhos que refletem a fruta e os aromas característicos da variedade, expressivos e autênticos. Cabernet Sauvignon, Carménère e Sauvignon Blanc.    R$ 33,41


Reserva – vinhos de terroir, elaborados com uvas especialmente selecionadas, bem equilibrados, com boa estrutura e potência: Carmenère, Syrah, Sauvignon Blanc e Chardonnay – (10 meses de barril).     R$  48,83


Single Vineyard – nesta linha produzem Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e País (12 a 14 meses de barril)  Pinot Noir (10 a 12 meses de barril)  e Chardonnay  (70% em 12 meses de barril). De R$ 75,80 a R$ 82,25

Late Harvest – com 93% Sauvignon Blanc e 7% Gewurztraminer, com 11,5% de álcool. Amarelo profundo com reflexos dourados, muito aromático, apresentando notas de papaya, casca de laranja, figos e damasco, além de nuances cítricas e florais.    R$  48,83


Vinhos ícones:

Red One – Ótimo corpo, frutado, taninos equilibrados, aromas de frutas confitadas, na boca aparecem elegantes notas de café torrado, baunilha e chocolate, provenientes de seu tempo em barricas (50% Merlot, 35% Cabernet Franc, 10% Cabernet Sauvignon, 3% Malbec e 2% Petit Verdot – com 12 a 14 meses de carvalho francês). R$ 127,00
Pemiação:
Safra 2007 - Guia Descorchados 90 pontos
Safra 2009 - Wine Spectator 90 pontos

Las Almas – A Carménère é a uva pela qual o Chile ficou famoso, a alma do vinho chileno, por isso o nome. Um vinho, de grande corpo, com taninos suaves e maduros, caráter elegante e muita complexidade. (95% Carménère e 5% Cabernet Franc com 10 a 12 meses de barril).   R$ 255,73

Premiação:
Safra 2009 - Guia Descorchados 90 pontos

domingo, 11 de novembro de 2012

Precisávamos mesmo do espumante com vodca?


A embalagem flerta com as de Champagne, tem rolha de cortiça, gaiola metálica e o vinho borbulha da mesma forma. Mas não é Champagne. Trata-se de um “normal” método charmat da Nova Zelândia feito a partir de vinhedos de sauvignon blanc; mas com um toque extra: uma pequena adição de vodca.
O novo produto da Absolute se chama Tune e é uma tímida tentativa de cativar transversalmente todo tipo de consumidor: o que não gosta de super-alcoólicos, o enófilo e o amante das borbulhas.
Definitivamente um claro sinal, mas não exatamente sei de que...
Afinal a quantidade de vodca neste espumante é modesta e o volume alcoólico não supera os 14°graus. Por enquanto é vendido somente nos Estados Unidos e pelo visto não impressionou, mas também parece not bad. Chame-me de preconceituoso, mas com os U$ 32,00 pedidos para o Tune eu compro uma boa garrafa de champagne mesmo.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O teste do Salva-Vinho


A importadora Winelands me enviou uma amostra do tão falado winesave, para que eu pudesse testar suas qualidades. Trata-se de um produto que promete revolucionar o modo de conservação de vinhos abertos. Alguns de vocês devem certamente ter visto em wine-bars, restaurantes e lojas aquelas maquinas para consumo de vinhos em taça chamadas Enomatic. Pois bem, o Winesave é praticamente uma espécie de Enomatic caseira em miniatura, pois funciona com o mesmo processo químico-físico. Sem entrar muito na questão técnica do assunto vou explicar seu funcionamento de maneira simples.
O frasco que recebi contem um gás chamado argônio. Como vocês sabem, o maior inimigo do vinho é o ar, o contato prolongado com o qual leva à inevitável oxidação e rápido decaimento do liquido. O argônio é mais pesado que o ar, portanto a introdução de uma pequena quantidade deste gás na garrafa vai criar uma espécie de escudo de proteção entre o oxigênio e o liquido, evitando desta forma a oxidação do vinho.
Pessoalmente sempre usei o mais tradicional método do vacu-vin (bomba à vácuo) com o qual é possível guardar um vinho aberto até 4-5 dias, já a casa produtora australiana garante a conservação do liquido por até um mês - dependendo do tipo de vinho.
Segundo as instruções, para conservar o vinho basta uma aplicação spray de um segundo no gargalo da garrafa aberta, recolocar a própria rolha de volta e guardar a garrafa em posição vertical, podendo até ser na porta da geladeira. O argônio não deverá mudar nem os aromas nem o sabor do vinho, e deve se desprender no ar uma vez que o vinho será servido.
Bem curioso, decidi fazer o teste com um vinho que conheço bem, para poder melhor avaliar eventuais diferenças. Portanto o glorioso Rupestro Cardeto (perene Bolso Esperto) foi escolhido para a prova. Como podem verificar através das fotos abaixo segui as instruções direitinho, e abrirei o vinho novamente, digamos daqui a 15-20 dias: acho um tempo razoável, pois ninguém vai querer guardar um vinho aberto para um mês inteiro, não é? Então stay tuned para o resultado do teste. 
















quarta-feira, 7 de novembro de 2012

E falando em Antinori...


...me lembrei de uma degustação que participei no mês passado na Cavist Ipanema, na qual a importadora Winebrands apresentou uma série de rótulos do Antinori. O evento em si deixou um pouco a desejar sob alguns aspectos: especificamente a superlotação fez que alguns das garrafas acabassem duas horas antes do término do evento, assim como as comidinhas de acompanhamento.
Mas os vinhos, embora faltassem os tops da vinícola, foram todos de indiscutível qualidade. Do total de cerca de 15 rótulos provei alguns vinhos que o Antinori produz em outras regiões, como o Bramito del Cervo e o Castello della Sala, da Úmbria, ou um Barbaresco (Prunotto), do Piemonte, mas, os toscanos foram previsivelmente os que mais se destacaram.
O Chianti Classico Pèppoli é uma ótima introdução para esta denominação (R$ 93); o supertoscaninho Il Bruciato (corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah) já é considerado um dos clássicos em sua faixa de preço (R$120); e o Brunello di Montalcino Pian delle Vigne é extraordinário em textura e complexidade (R$ 290), mas o que mais me impressionou foi o Chianti Classico Badia a Passignano Riserva 2007 (R$ 187): sangiovese em pureza afinado por 26 meses em carvalho, esbanjando elegância e suculência sem nunca perder o equilíbrio.
Os meus 3 preferidos da noite

terça-feira, 6 de novembro de 2012

A vinícola do futuro foi inaugurada no presente!


Antinori, um dos maiores nomes do vinho italiano e do mundo (Tignanello e Solaia lhe dizem algo?) acaba de inaugurar uma nova sede na Toscana. Com um dos projetos mais criativos e revolucionários já concebidos, a vinícola surge na colina de Bargino, no coração do Chianti Classico. Uma obra de engenharia ambiental, sem praticamente nenhum impacto visual, construída com materiais sustentáveis e ecológicos. 37 mil metros quadrados, dos quais 23 mil sob a superfície do morro. Três corredores/tuneis de 75 metros de comprimento, um com os tanques de inox, outro com as barricas e outro com um restaurante para 60 pessoas. E ainda um Museu de família com incríveis obras de arte renascentista e moderna.

Enfim, a nova Cantina Antinori tem tudo para se tornar o point para qualquer enófilo de passagem pela Itália e de qualquer forma vai ser uma parada obrigatória, também porque mais de 20 ônibus diários levarão eno-turistas e curiosos a partir de Florença e Siena diretamente às portas desta futurística estrutura
Confira as fotos. 

O prospecto 
A parte externa
Os reservas descansando - Note a salinha de degustação com vista para as barricas
O restaurante
O wine-bar com a inevitável loja












segunda-feira, 5 de novembro de 2012

iBrunello, o aplicativo do vinho ícone italiano



Lançado o aplicativo oficial do Brunello di Montalcino. O programinha para iPhone e iPad é basicamente uma transposição de quanto já presente no site do Consórcio do mítico vinho italiano. Vai encontrar todas as informações para visitar o território de Montalcino, a ficha de todas as vinícolas do consórcio e as coordenadas para encontrá-las. E ainda descrições dos vinhos e fotos bonitas para usar como wallpaper do seu aparelho. Disponível no iTunes.



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Concorra a um estágio em Portugal!


Você acha que entende de vinho português? Ou está a fim de aprender mais a respeito? Então não pode perder esta chance de participar deste Curso/Concurso no qual vai ter a oportunidade de adquirir e consequentemente testar conhecimento sobre os vinhos lusitanos e concorrer a uma viagem- estágio para Portugal, tudo pago.
Confira mais detalhes abaixo no release oficial.






Concurso sobre vinhos aproxima brasileiros de Portugal

Aprenda e concorra a estágio em Portugal


Um dos grandes embaixadores da educação vínica e dos vinhos portugueses no Brasil, o sommelier português José Carlos Santanita, promove pela primeira vez no Rio de Janeiro o concurso “Portugal Wine Expert 2012”, de 19 a 23 de Novembro, no Consulado Geral de Portugal. O curso é voltado para sommeliers, garçons e outros profissionais tais como maîtres, gerentes de restaurantes e de lojas de vinhos. Ao final do curso, O melhor aluno ganhará o título “Expert em Vinhos Portugueses no Brasil” e estágio de oito dias na Quinta da Aveleda, em Portugal, com todas as despesas pagas.

Segundo Santanita, diretor geral da Wine Senses, o objetivo do “Portugal Wine Expert 2012”, formatado nos padrões da Associação Internacional de Sommeliers (ASI), além de formar tecnicamente é divulgar os vinhos, produtos e suas regiões assim como a culinária portuguesa. “Queremos inserir a bebida no cotidiano destes profissionais para que os vinhos e os produtos portugueses sejam ainda mais conhecidos e degustados nos estabelecimentos brasileiros. Pretendemos mostrar também várias dicas para as áreas de serviço de restauração e fomentar as vendas. Em simultâneo colaborar com a educação vínica de todos os que trabalham com produtos portugueses”, disse Santanita.

Organizado pela Empresa Wine Senses Brasil e certificado pela Wine Academy Portugal Experiências com o Vinho, o evento tem três etapas. Na primeira serão ministradas quatro aulas teóricas com abordagens sobre a profissão de sommelier, o serviço de vinho, harmonização com os produtos gastronômicos e as principais vitivinícolas do mundo. Na segunda etapa os dez melhores alunos farão prova escrita com 50 perguntas sobre (regiões, produtores, castas, legislação, história), prova cega e escrita de dois vinhos, prova prática de serviço de vinhos e prova prática e escrita de gastronomia.

Os três melhores classificados seguem para a prova final, pública, com o mesmo caráter de um campeonato mundial onde Portugal será figura principal. Esta fase será em clima de confraternização com a presença de todos os alunos e bancada de jurados formada por grandes profissionais: o sommelier João de Souza, a restauranter Cristiana Beltrão, o presidente da ABS RJ, Ricardo Farias, o presidente da Sociedade Brasileira de Amigos do Vinho Paulo Gomes, a professora da Associação Brasileira de Sommeliers Ana Maria Gazzola e o jornalista Alexandre Lalas, no dia 26 de Novembro, no Palácio São Clemente.
O valor de inscrição é de R$100 para profissionais. Em paralelo, será realizado o Portugal Wine Expert Enófilos destinado aos apreciadores de vinhos de Portugal, estando assim abertas inscrições para enófilos pelo valor de R$200. Para mais informações acesse o site: www.portugalwineexpert.com.  

Concurso “Portugal Wine Expert 2012”

Data e hora: de 19 a 23 de Novembro, das 14h30 às 17h30
Local: Consulado Geral de Portugal Rio de Janeiro - Avenida Marechal Câmara, 160 – Centro.
Taxa de inscrição: R$100

Dados para Pagamento:
JS EXPERIÊNCIAS VÍNICAS CNPJ: 15.374.797/0001.64
BANCO BRADESCO AG. 3089-9 C/C 15105-0
Joelma Rodrigues (11) 3294 7156

Assessoria de Comunicação: Interação Rede de Comunicação
Andréa Fantoni (21) 2246.0552/9111.3328 e Jade Cady (21) 2246.0552