quarta-feira, 31 de outubro de 2012

De volta, com uma boa notícia!


Caros todos, peço desculpa pela falta de atualizações do blog, mas tirei uns dias de férias: fui uma semana para minha Nápoles e uma semana em Paris. Na verdade até levei meu netbook para poder escrever de lá... mas sabem como é, né?
Em breve o blog voltará ao ritmo usual, o tempo de reorganizar as coisas (e as idéias).
Por enquanto tivemos uma boa notícia, que todo mundo deve estar já sabendo: a Ibravim retirou o pedido das salvaguardas! Uma das coisas mais sábias que aconteceu no mundo do vinho do Brasil.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Você já viu uma torre de champagne? Obama viu. Beyoncé e Jay-Z pagaram


A torre já existia, é na verdade uma instalação fixa do clube 40/40 em Nova York, de propriedade do rapper Jay-Z. Mas se tornou notícia depois que o mesmo, junto com sua querida mulher - a cantora Beyoncé - organizou um party com a finalidade de arrecadar fundos para a campanha eleitoral do amigo Barack Obama. O valor do ingresso saiu pela bagatela de U$ 40,000! 
Mas os convidados puderam admirar a torre em questão, feita de 350 garrafas de Armand de Brignac Brut Gold (também conhecido como Ace of Spade, por causa do seu rótulo). Considerando que cada garrafa custa no mercado americano cerca de U$300, o enfeite que o rapper quis com seu champagne favorito tem um valor de U$105,000. Arquiteto e obras a parte. Quem pode, pode. 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Você já provou vinhos de Washington?


Semana passada a gloriosa Confraria Gran Reserva teve o enésimo encontro, sendo o tema desta vez: Estados Unidos. Como imaginei que a maioria dos vinhos seriam californianos, fiz questão de procurar algo de diferente procedência, de preferência do estado de Washington. Depois de uma breve pesquisa on-line, achei dois rótulos interessantes no site da importadora Wine Brands e junto com o amigo e confrade Alexandre Follador, do blog Idas e Vinhas pedimos as duas garrafas para zerar os custos do frete (dica n.8 para compras on-line - by the way, o serviço da Wine Brands foi excelente). Escolhemos 2 vinhos de Washington State com características similares: mesma uva (cabernet sauvignon), mesma região (Columbia Valley), mesma safra (2009), mesmo tipo de maturação (de 15 a 18 meses em barricas franceses e americanas de segundo uso). E não é que os dois “washingtonianos” foram os melhores da noite? De acordo com todos os confrades, os dois “primos” foram o que mais se destacaram.

Entre os californianos do painel (veja foto abaixo), meus destaques foram um Zinfandel de Napa Valley da Beringer e um Merlot de Paso Robles do produtor J. Lohr: ambos como era de se esperar, muito ricos em fruta, madeira com as clássicas notas de baunilha e especiarias, boca meio adocicada.

Mas os de Washington primaram pelo equilíbrio e elegância. De qualquer forma, estamos falando de rótulos de duas das vinícolas mais renomeadas da região: a badalada Columbia Crest e a tradicional Chateau St. Michelle. O primeiro da linha Horse Heaven Hills e o segundo da linha Columbia Valley
Impressionante foi a semelhança entre os dois, ao ponto que às cegas teria sido difícil identificar quem é quem, sinal que realmente o terroir foi o maior responsável do resultado final. Os dois com aromas sedutores de cassis, canela e notas minerais, sensação confirmada na boca, acompanhada por taninos maduros e ótima acidez.
Duas boas sugestões para degustar Estados Unidos, saindo da mesmice dos californianos.

sábado, 6 de outubro de 2012

Villa Francioni no Espaço


Mais uma noite do ciclo “Degustando no Espaço”.
Desta vez, “espaço” para vinho brasileiro, especificamente da vinícola Villa Francioni, da região de São Joaquim, na serra de Santa Catarina.
Nossa apresentadora convidada pela ocasião é a sommelier/consultora de vinhos Elaine de Oliveira, que inclusive já foi supervisora nacional da vinícola.
Uma ocasião imperdível para conhecer estes vinhos premiados: especialmente os brancos, são considerados entre os melhores da América Latina.

Save the date: dia 29 de Outubro (segunda feira).
Mas detalhes abaixo.



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Prova dos Tops do Alentejo


Semana passada tive o privilégio de ser convidado a participar de uma degustação de vinhos tops do Alentejo. A comissão Vitivinicola Regional Alentejana organizou dois eventos (um em São Paulo e outro no Rio) de promoção/degustação de umas das mais prestigiadas vinícolas desta famosa região portuguesa e dentro do evento geral teve esta prova de vinhos tops, fechada somente para imprensa e outros poucos ilustres profissionais do setor. 
A prova foi conduzida pelo renomeado crítico lusitano Rui Falcão, auxiliado pelo sempre competente Alexandre Lalas, que inclusive ajudou a organizar o evento inteiro.
Degustamos ao todo 9 vinhos ícones, sendo um branco:

1) Pêra Manca Branco 2009 - Fundação Eugenio de Almeida : corte de Antão Vaz e Arinto, com estágio em madeira velha. Excelente estrutura, mineral, com boa fruta e acidez refrescante (Adega Alentejana – R$ 180)

2) Esporão Reserva Tinto 2009 – Herdade do Esporão: elegante blend de Trincadeira, Aragonês, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon. Ameixa, alcaçuz, um toque mentolado. Sempre um dos melhores em relação a preço/qualidade da região (Qualimpor – R$ 98)
3) Selectio 2009 – Paulo Laureano: Tinta Grossa em pureza. Musculoso e tânico. Como o Lalas justamente falou, é um tiro. Mas um tiro bom, sobretudo se acompanhado por comida (Adega Alentejana – R$125)

4) Marques de Borba Reserva 2009 - João Portugal Ramos: Aragonês, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon. Um dos meus favoritos da prova, elegante, complexo, com taninos vivos, mas redondos, acidez na medida certa e longo final (Casa Flora – R$ 230)
5) Ícone 2007 – Herdade do Peso: do grupo Sogrape (o maior produtor de Portugal) é um corte Alicante Bouschet, Aragonês, Alfrocheiro. Definitivamente pra mim o melhor do painel. Fruta, corpo, estrutura, acidez, textura aveludada, taninos maduros. Nesta sua primeira safra já tem pretensão em se tornar o Barca Velha do Alentejo e tem tudo para dar certo. Mais tempo de garrafa só vai lhe fazer bem (Zahil – R$ 438)

6) Monte dos Cabaços Reserva 2005 - Monte dos Cabaços: Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Syrah. Também em sua primeira safra, tem um estilo mais modernista, com fruta em compota abundante e bastante potência (Adega Alentejana – R$ 150)


7) Marias da Malhadinha 2007 - Herdade da Malhadinha Nova: Aragonês, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon. Este foi o preferido da maioria da galera presente. Pessoalmente achei os aromas muito doces, meio “xaropados” e na boca fruta demais. Ótimo no primeiro gole, depois corre o risco de ficar enjoativo. E Overprice. (Épice – R$ 580)

8) Zambujeiro 2005 - Quinta do Zambujeiro. Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Aragonês. Na minha opinião um alentejano com a cara do Douro: denso, potente e suculento; notas de chocolate, muito redondo, com taninos amaciados, e acidez um levemente abaixo do desejado. Ótimo, de qualquer forma (Casa Flora – R$ 418)

9) Mouchão Tinto 2006 – Mouchão: Elaborado por Paulo Laureano é um corte de Alicante Bouschet e Trincadeira. Elegante e complexo, com notas de especiarias e taninos finos. No meu top 3 do painel de degustação (Adega Alentejana – R$ 200)


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

12 dicas para comprar vinho on-line



Na web é possível comprar de tudo, e nos últimos tempos as lojas de vinho on-line se multiplicaram que nem coelhos. O prazer de entrar em uma loja física, manusear as garrafas, ler os rótulos e conversar com os vendedores (quando competentes), é pra mim incomparável, mas não nego o apelo da comodidade de escolher entre uma infinidade de rótulos diretamente do sofá de casa e receber o amado frasco somente mexendo um dedinho. Ademais, é possível fazer bons negócios, sobretudo para os comuns mortais como nós que não podem freqüentar leilões.
Mas a internet também pode ser um campo minado onde golpes não são incomuns ou simplesmente onde não vale a pena perder seu tempo&dinheiro.
Seguem 10 minhas simples dicas para não se afogar neste mar de mosto virtual.

1) Evite comprar por impulso. Viu um site legal, um novo rótulo que achou bacana, um preço que você estaria disposto a pagar e clicou em “comprar”. Pode ser que se deu bem, mas pode também ser que o site não seja confiável, que o vinho não seja bom, ou que a garrafa seja superfaturada. Busque informações sobre o site e compare os preços.
2) Investigue os vinhedos. Antes de escolher um vinho que você não conhece, procure quantas mais informações possíveis sobre o produtor e sobre o próprio rótulo em questão, pois é obvio que o site vendedor vai te descrever coisas mirabolantes à respeito, nem sempre necessariamente verdadeiras.
3) Não se deixe influenciar pela gráfica e funcionalidade do site. É claro que um visual bonito e uma boa usabilidade, tornam a navegação mais prazerosa e invitam à compra, mas isto pode ser somente um instrumento de marketing, e muitas vezes seu custo é repassado em cima dos vinhos. Pelo contrário, pessoalmente, já fiz boas compras em sites muito básicos.
4) Não compre o vinho se não estiver indicada a safra. Vamos evitar comprar vinhos no final da curva de evolução, ou de qualquer forma “passados do ponto”. Antes de comprar, verifique com a empresa as safras em questão.
5) Avalie as ofertas com cuidado. Muitos consumidores (não somente de vinho) se deixam influenciar por algumas palavras mágicas, como “oferta”, “promoção” e “desconto”. É claro que são termos convidativos, mas já vi sites anunciando vinhos em oferta, sendo tal preço promocional mais alto do preço normal em outros lugares. Faça as devidas comparações em outros sites/lojas. Desconfie também de grandes descontos: geralmente acontecem quando o vinho já passou do seu auge (veja ponto 4).
6) Importadora ou loja multi-marca? Normalmente os sites das importadoras são mais confiáveis em relação ao todo: a marca garante confiabilidade, os preços são mais enxutos (não tendo repasse para terceiros), o vinho não sofreu demais deslocamentos, e, por linhas gerais, tem melhor armazenamento, em muitos casos em ambiente climatizado.
Por outro lado, em sites que trabalham com vários importadores, a sua escolha não fica limitada a um único portfólio, às vezes os preços são bem interessantes (com ofertas reais) e alguns também estocam o vinho com o cuidado necessário. Basicamente, vai depender de caso em caso.

7) Contate a empresa: o atendimento é fundamental e índice de confiabilidade. Envie um email com umas perguntas (sobre safras, frete, etc). Caso não obtenha resposta em até dois dias úteis, esqueça.
8) Verifique o valor do frete. Achou o rótulo que estava procurando, safra ótima, bom preço, bom atendimento. Enfim, quando parece estar tudo certo para concluir a compra, se depara com o valor da entrega, que em alguns casos pode ser até superior ao da própria garrafa. Uns sites podem usar o expediente de embutir o valor dos descontos no custo do transporte. De modo geral vale a pena adquirir mais garrafas para amortecer este custo. Muitas empresas também oferecem o frete grátis a partir de um determinado número de garrafas. Uma outra dica, caso não tenha cacife para enfrentar uma grande compra, é de envolver uns amigos na aquisição: cada um fica com duas ou três garrafas, e divide (ou zera) o valor do frete.
9) Verifique os tempos de entrega. O que adianta querer agilizar uma compra, evitando ir pessoalmente até a loja, se depois a mesma demora semanas para chegar? Dependendo da distância, 2-3 dias úteis são razoáveis. Mais que isso, só se o frete for muito barato.
10) Quando puder, compre diretamente no site do produtor. Quando morava na Itália eu fazia isto com freqüência: encontrando preços bem mais interessantes e às vezes conseguindo safras especificas já não mais presentes no mercado. Sem contar a quantidade de preciosas informações diretamente na fonte. No caso, vai valer somente para produtores brasileiros (ou se tiver tempo e possibilidade, durante suas viagens ao exterior); de qualquer forma, vale a pena provar pelo menos uma vez.
11) Verifique a política de trocas e devoluções da empresa. Você tem todo direito de trocar ou desistir de suas compras por vários motivos (sobretudo se a causa for um desserviço da companhia). Uma boa empresa preza a satisfação do cliente.
12) Redobre o cuidado para rótulos raros. Em caso de vinhos raros (e caros) de safra antiga, depois de ter se certificado sobre a confiabilidade do vendedor, e ter diligentemente aplicado os 11 pontos acima, questione sobre as condições de armazenamento, sobre o nível do liquido, estado da cápsula e do rótulo e, possivelmente, peça umas fotos da garrafa para poder conferir a resposta com seus olhos. Afinal está gastando uma nota: o mínimo que o vendedor tem que fazer, é te dar atenção.  
13)  ...

Certamente devo ter esquecido alguma questão importante. Então deixo este 13° ponto livre para você adicionar suas dicas e/ou relatar experiências.