quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Decanter Wine Show foi realmente um...show!


Convidado para o Decanter Wine Show 2012 na data do Rio de Janeiro, não pude deixar de participar deste importante evento de uma das maiores importadoras de vinho do País.
Como notas positivas, gostei do kit de degustação, especialmente do catalogo de bolso (bem prático, pois normalmente os catálogos em formato A3 (!) são difíceis de segurar ao longo do evento e a gente acaba deixando em algum lugar...). Um farto bufê completava a obra.
Já em relação à organização tenho que relatar um pouco de confusão/indecisão das pessoas responsáveis pela recepção na entrada e mais uma vez a superlotação: numa certa hora não dava nem para caminhar nos corredores, imagine degustar um vinho ou conversar com o produtor.
De qualquer forma a relação qualidade/variedade dos rótulos presente, foi de primeira.
A seleção do evento, é bom lembrar, foi somente de vinho do Velho Mundo, coisa que não me deixou nem um pouco chateado.
Consegui experimentar menos do que teria gostado e em alguns casos não consegui nem chegar perto dos estandes. Mesmo assim provei bastante coisa boa. Aqui vou extrair somente os mais marcantes.

Começando pelos mais exóticos:

Da Eslovênia, Simcic. Sobretudo os brancos, bem diferentes. O Rebula (ribolla gialla) e o Sauvignon Blanc têm tipicidade da casta nos aromas, mas com mais cor e corpo. E o Teodor Belo Selekcija 2008 (R$136), um “belo” corte de Ribolla, Sauvignon Blanc e Pinot Grigio. Todos de vinhedos orgânicos. 


Da linda ilha de Santorini, na Grécia provêm os vinhos do Domaine Sigalas: só castas autóctones, com resultados impressionantes. O Nianbelo (R$100) é um corte de Mandilaria e Agiorgitiko de vinhedos com 50 anos de idade: muito interessante, com notas de especiarias e uma bela acidez; já o Mavrotragano (R$220) 100% de uva homônima é o top da vinícola, bem mais complexo e macio.

Da Áustria os belíssimos brancos da Hiedler. Difícil definir o melhor, talvez o Gruner Veltiner Thal (R$129), de boa complexidade (notas florais, de manteiga, defumadas) e, acredito, com bom potencial de guarda.

Passando para os Países mais “tradicionais”, da Espanha, indico a Bodega Peique da região de Bierzo (Castlla Y Leon), especialmente dois mencìa: o Vinedo Viejos (R$110) e o Selecciòn Familiar (R$241), procedente de vinhas velhas, respetivamente 50 e 90 anos.

Sempre do País ibérico, os vinhos orgânicos de Gil Luna, da região do Toro. Entre eles o Três Lunas Reserva é o que mais apreciei (R$123).



A vinícola Arzuaga merece menção especial. Da cultuada região de Ribera del Duero, produz vinhos em estilo tradicional com toques de modernidade. Basicamente tempranillo, em uns casos com pequenas adições de uvas francesas. A linha inteira é espetacular, do mais simples (que simples não é) La Planta (R$92) até o fenomenal Gran Reserva (R$725).

Para Portugal, um nome sobre todos: Dona Maria. Vinícola do ano em 2009 para a Revista de Vinhos, seus vinhos alentejanos são realmente fora de série; especialmente o Petit Verdot (R$146) e o ícone Julio Bastos, um belíssimo (e caro) Alicante Bouschet em pureza (R$644).

Os franceses estavam difíceis de alcançar, pois os estandes ficaram o tempo todo cercados de multidões com sede. Entre os poucos que provei destaco: os brancos da Alsácia  do Domaine Paul Blanck, em especial o Pinot Gris e o Riesling (R$125); o Chateau Pal Mas Clos de Mures, elegante tinto de Coteaux de Languedoc com um corte típico do sul da França (R$100); e um indescritível Clos Vogeut (um dos mais importantes Grand Crus da Borgonha) do Chateau de la Tour (R$845).



Finalizando com a minha Itália.
O belo Nobile de Montepulciano do Boscarelli (R$140), pra mim o “básico” melhor que o Reserva.
Os Amarones precisos do Castellani (R$215-317), um must para os amantes do genro.
Os sicilianos orgânicos do Gulfi: belíssimos Nero d’Avola de diferentes crus (mas talvez um pouco over-priced, na casa dos R$200) e um elegantíssimo Etna Rosso, o Reseca Sicilia IGT, varietal 100% de Nerello Mascalese: um Borgonha do sul da Itália (R$207).



Sempre do sul da bota uns belos Primitivos de vinhas antigas do produtor Pervini / Accademia dei Racemi, um dos primeiros responsáveis pelas melhorias e conseqüente sucesso mundial dos vinhos da região. Particularmente interessante o Sinfarosa Zinfandel, procedente de vinhedos com clones da casta gêmea da primitivo, trazidos diretamente da Califórnia (R$100), com muita amarena e alcaçuz.

Impossível não citar o Pio Cesare, extraordinário produtor do Piemonte. Seu Chardonnay Piodilei é fantástico e seus Barolos, o Ornato sobretudo (R$520), são de chorar. Embora seja mais um "barolista", o Barbaresco dele também é sensacional (R$375).

And the winner is...
Talvez eu seja suspeito em falar, pois sou fã de longa data da vinícola, mas os mais marcantes vinhos do evento foram pra mim os da Elena Walch. Da região de Trentino Alto-Adige (nordeste do País), são vinhos únicos e diferenciados. A partir dos brancos, um Muller-Thurgao simples e delicioso (R$104) e um Gewurztraminer Kastelaz com aromas encantadores e muita complexidade (R$210); para os tintos, um Pinot Nero fenomenal, com um pouco mais de cor e corpo que os demais pinot noirs do velho mundo (R$220) e, sobretudo, os Lagrein, casta autóctone da região. O básico é um show de aromas e com sua acidez e taninos finos é um vinho perfeito para acompanhar a gastronomia italiana. Já o Lagrein Riserva Castel Ringberg 2005 é um espetáculo de equilíbrio e tipicidade: todos os elementos que você quer em um vinho (aroma, fruta, acidez, tanino, madeira, persistência e diferenciação) perfeitamente integrados. Pra mim, simplesmente o melhor vinho da feira (R$266). 


Com grande honra, a única foto do evento que a própria Elena Walch colocou em seu Facebook

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Confraria meets Portugal


Encontro português na Confraria Gran Reserva. Evidentemente o Douro está realmente na moda, pois de 5 vinhos tivemos  4 desta região e 1 do Alentejo.

Começamos as danças justamente com o alentejano: Monte do Pintor Reserva 2007. Pequena vinícola que se orgulha da consultaria do premiado enólogo Paulo Laureano. Este vinho é produzido somente em safras especiais (de 2001 pra cá somente 4 vezes). Corte de Aragonez, Cabernet Sauvignon e Trincadeira, maturado 1 ano em carvalho novo mais um em garrafa. Foi o rótulo que mais me marcou da noite: fruta silvestre madura, notas herbáceas e café. Bastante saboroso, com taninos finos (importado pela Adega Alentejana- R$ 120)


Passando aos do Douro, mais uma vez pudemos constatar o que já falei por aqui: o estilo vai se tornando muito uniformizado e os 4 vinhos resultaram muito parecidos, mesmo sendo de uvas, safras e vinificações diferentes.

Churchill’s Estates 2008. A vinícola é famosa pelos seus vinhos do Porto, e apesar de não ter muita tradição (fundada em 1981 por uma família inglesa) já se tornou um dos maiores nomes da região. Este corte de Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz foi pra mim o que mais se diferenciou entre os 4 durienses, mostrando um caráter exuberante misturado com certa elegância. Amoras verdes, com algo tipo anis e eucalipto, textura sedosa e taninos redondos (Expand - R$ 100).


O Pinta Character 2008 é o segundo vinho da vinícola Wine & Soul. Produzido com mais de 20 castas de vinhas de 43 anos de idade, entre elas Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Rufete, Tinta Amarela, Tinta Cão, Sousão e Tinta Barroca. Estágio de 18 meses em carvalho (50 % novo). Groselha e o chocolate típico; bastante concentrado, paladar aveludado e taninos gordos. Um vinho vigoroso. (Adega Alentejana – R$ 150)


Não muito diferente foi o Meandro do Vale Meão 2008, da Quinta do Vale Meão, uma das vinícolas mais badaladas e pontuadas de Portugal (inclusive seus vinhedos forneciam antes as uvas para o cultuado Barca Velha). Segundo rótulo da vinícola, é um corte de Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Sousão, Tinta Amarela e Tinto Cão, maturado 12 meses em barricas de 2° e 3° uso.
Mesmo estilo extraído/denso, mesmos aromas de groselha e chocolate e mesmo paladar macio e volumoso (Mistral – R$120)


E chegou a vez do ganhador da noite: o Quinta do Vallado Reserva 2009. De propriedade da família Ferreira, tradicional viticultores desde 1751 (Casa Ferreira) tem como enólogo o Francisco Olazabal, o mesmo da Quinta do Vale Meão.
O mais votado entre os confrades foi este corte de Tinta Roriz, Tinta Barroca, Tinta Amarela, Touriga Nacional e Touriga Franca, envelhecido 17 meses em barricas de carvalho francês. 
No mesmo estilo dos precedentes, com muita concentração e fruta super-madura, potente e aveludado, não me encantou como deveria. Mas, por outro lado, temos que considerar que, pela sua estrutura, o vinho estava ainda jovem demais: com certeza daqui a alguns anos o poderia expressar melhor seu potencial (Cantu – R$ 230)
Enfim, embora eu tenha preferido o alentejano pelo seu caráter mais elegante, os do Douro são todos grandes vinhos, com o único limite da impressionante semelhança. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um belíssimo Margaux


Este é um vinhaço que bebi recentemente. A appellation da comuna de Margaux (no Haut-Medoc) é conhecida pelo homônimo Château  dono de um dos 5 Premiers Crus da classificação de Médoc de 1855.
Mas, obviamente, tem muita coisa por lá. Um dos astros nascentes da denominação é Cantenac-Brown (o nome provem do village de Cantenac e do sobrenome do descendente escocês John Lewis Brown que no começo do século 19 adquiriu os vinhedos). O Château  Cantenac-Brown é um dos 14 Troisièmes (terceiros) Crus da classificação.
Eu abri o segundo vinho da casa, o Brio, de safra 2006.
Obviamente, tratando-se de um produtor top, o segundo vinho dele corresponde a um primeiro vinho de muitos outros. As uvas são meticulosamente selecionadas e no corte entram parcelas das mesmas uvas que vão para o vinho ícone. Clássico corte bordalês de Cabernet Sauvignon (65%), Merlot (30%)e Cabernet Franc (5%), com maturação total de cerca 2 anos entre barricas e garrafa.
É um vinho que prima pela a elegância, revelando toda a tipicidade de Margaux na taça: violetas, azeitonas pretas, ameixas, terra molhada, com notas de café e tabaco. Textura sedosa, taninos abundantes (mas finíssimos), acidez perfeita e final longo.

Não sei se este vinho é ainda importado no Brasil (era pela Costazzurra, por cerca de R$250), no meu caso foi trazido pela amiga Raquel directement de Paris.

Voto gringo: 8 ½ 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Vinho fermentado no espaço!


No espaço o suco de uva fermenta mais rapidamente que na Terra? Este é um das 15 experiências que acontecerão a bordo de uma nave espacial lançada do Cabo Canaveral por uma empresa privada. Os dois estudantes da Califórnia que elaboraram o projeto acham que sim e por isto colocaram a bordo um especial tubo de ensaio com mosto e leveduras.
De qualquer forma o sucesso da experiência vai depender do sucesso de Dragon, a primeira nave espacial construída por uma empresa privada responsável por estas experiências, que, s bem sucedidas serão levadas em consideração também pela NASA.
Será que daqui a pouco iremos fermentar vinho no espaço? Este pode ser um pequeno passo para um homem, um grande passo para a vitivinicultura.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Como beber sem pagar mico na cama


 Construa a cena: finalmente conseguiu um desejado encontro com aquela pessoa que você gosta faz tempo. Preparou todos os detalhes do seu jantar romântico: mesa decorada com classe, luz de velas, comida afrodisíaca e, obviamente, vinho. Pela ocasião tirou da adega umas das suas melhores garrafas. Um bom espumante para começar a aplicar a arte da sedução. A seguir um branco para entradas. Um tinto encorpado para os pratos principais. O papo está ótimo...vai mais um tinto? Por que não. As mãos se tocam, hora da sobremesa, vamos pro sofá? Risos, frases sussurradas no ouvido, carícias. Tudo indica que o post-jantar vai ser ótimo. Mas na hora X o excesso de álcool no sangue vai inevitavelmente fazer o seu papel, a cabeça começa a pesar, os olhos também e você vai cair de sono na cama. Um mico memorável.

Para evitar este “final infeliz” a terapeuta sexual Ruth Westheimer, vai lançar uma própria linha de vinhos para namorar. A doutora de origem alemã, com 83 anos de idade, criou os rótulos Dr Ruth’s Vin d’Amour, à venda a partir de julho. Os vinhos são produzidos na Califórnia e têm baixo teor alcoólico, apenas 6%. O propósito é ajudar os casais a encontrar o clima certo sem o vexame de “baixo desempenho” ou excesso de sono. Ou seja: beber o suficiente para relaxar e despertar a libido, mas sem deixar adormecer todo o resto logo no clímax. 

domingo, 17 de junho de 2012

Recicle suas garrafas de forma saudável!


Você gosta de vinho e ao mesmo tempo se preocupa com a saúde e com o meio ambiente? Eis como resolver os 3 problemas com um único simples movimento.
Esta que é sustentabilidade (em todos os sentidos)!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Os "Cava-lheiros" mascarados


Estes senhores ao lado com manta e chapéu não são mágicos, nem super-heróis mascarados. São simplesmente pessoas que levam muito a sério a palavra “confraria” (ehehe).
No caso trata-se da Confraria del Cava Sant Sadurní, associação sem finalidade de lucro, dedicada a divulgação e promoção do homônimo espumante espanhol.
Recentemente a Confraria veio ao Brasil e o MondoVinho participou de um evento que aconteceu no badalado hotel Windsor Atlântica no Rio de Janeiro com protagonistas algumas vinícolas da Catalunya que produzem este tipo de vinho espumante.
O evento começou com uma palestra técnica (muuuuito técnica) sobre as características químicas e organolépticas dos vinhos Cavas (repare na foto).



Quando a "aula" terminou, o público presente finalmente acordou (ehehe) e fomos para a parte certamente mais interessante: a degustação. 18 rótulos harmonizados com comida abundante e de qualidade, divididos para 5 vinicolas: Segura Viudas, Juve y Camps, Gramona, Freixenet e Cordoníu.

Para quem não sabe o Cava (ao masculino) é o espumante de maior prestigio e sucesso da Espanha: procedente da região de Catalunha, é produzido com método tradicional (champenoise), principalmente com 3 uvas típicas:  a Macabeo, a Xarel.lo (única casta branca que contem resveratrol!) e a Parellada. Mas podem entrar no corte também outras uvas. 

Dos vinhos degustados destaque para os de Segura Viudas, especialmente um Brut Rosado muito fresco e o Reserva Herdade, complexo e cremoso.


Vinhos de alto nível, também os da Juve y Camps, mas destes falaremos em um próximo post, já que sucessivamente participei de uma degustação exclusiva desta vinícola. 

O nosso prefeito Eduardo Paes sendo nomeado confrade de mérito


quinta-feira, 14 de junho de 2012

O fim de semana do vinho gay

O Vale de Sonoma, na Califórnia, é considerado um dos destinos prediletos para turismo GLS dentro dos EUA.
Mas o Condado de Sonoma indica algo também no mapa de nós enófilos, já que é uma das principais regiões produtoras de vinhos de alta qualidade das Américas: as áreas de Russian River, Dry Creek Alexander são terroirs de origem de ótimos pinot noirs, chardonnays, zinfadels e cabernets.
Não é surpresa então que o espírito empreendedor, misturado com a mentalidade aberta tão californiana possa originar algo tipo o Gay Wine Weekend, que acontece de 15 a 17 de Junho: degustações, jantares harmonizados, leilões de garrafas de valor, festas e outras atividades gay-friendly ligadas ao vinho. Naturalmente o acesso não é restrito a somente a homos. O mundo do vinho é liberal e sem preconceitos. 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O 1° vestido feito de vinho!


Este lindo modelinho de vestido se chama “Micro-be” e é a primeira peça de roupa do mundo realizada a partir de vinho tinto.
Biotecnologia é a palavra chave e este vestidinho é feito de tecido orgânico procedente de fermentação de uva, com o qual foi obtida uma fibra semelhante a algodão. Projeto da Western University da Austrália em parceria com a artista plástica Donna Franklin.
O corte é vagamente post-apocalíptico (estilo Mad Max), mas ainda estamos em fase experimental; de qualquer forma pode ser uma boa solução para os vinhos de má qualidade que sobram nos estoques das vinícolas australianas ao redor do mundo.
Próxima fronteira: cuecas ao shiraz.

Como economizar na vinícola: com um cachorro


Louisa Belle é uma australiana que no trabalho ocupa o cargo de examinadora de vinhos. Nada de estranho, se não fosse que a Louisa é uma fêmea de Beagle. Com 7 anos de idade, esta cadela foi treinada a reconhecer as garrafas adulteradas até mesmo sem abri-las. E seu sensibilíssimo nariz fez economizar uma fortuna aos seus donos.

Michelle Edwards e Daniel Fischi são proprietários da vinícola Linnaea, perto de Melbourne, e utilizando o talento de Louisa Belle, de fato abriram o caminho para novas técnicas vinícolas.
“Não precisamos de nenhum recurso humano para controlar a qualidade do vinho, só dela” afirma o Daniel Fischi “É suficiente farejar um barril para ela entender se o vinho é bom”.
Com um olfato 2mil vezes mais apurado de um humano, a Louisa consegue determinar em poucos segundos uma rolha contaminada (bouchonée) e ainda se diverte na vinicola, pois finalmente pode enfiar o nariz onde ela quiser.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Mais um evento bacana chegando!



Entre os vários eventos de importadoras, o da Decanter já é um dos mais tradicionais, e sempre bem sucedido. Esta próxima edição vem com uma novidade: visto justamente o grande sucesso e afluência de público, vai ser exclusivo para seleção da Europa (sucessivamente seguirá a do Novo Mundo).
Como sempre o evento è itinerante e vai visitar 4 cidades brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. Vai contar com a participação de 70 grandes produtores de França, Itália, Espanha, Portugal, Alemanha, Áustria, Hungria, Croácia, Eslovênia, Grécia.
Você não vai querer ficar de fora, o evento é simplesmente imperdível.
Confira abaixo mais detalhes no release oficial.


DECANTER WINE SHOW REÚNE 70 PRODUTORES DE VINHOS DO VELHO MUNDO  EM QUATRO CAPITAIS BRASILEIRAS 


Com 70 produtores de vinhos de onze países e cerca de 400 rótulos acontece, de 25 a 29 de Junho, o Decanter Wine Show – Seleção Europa -2012. A feira itinerante, que já teve três edições de sucesso, em 2006, 2008 e 2010, passará por quatro capitais brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte. E este ano apresenta uma novidade. Devido ao enorme sucesso das edições passadas, o número de expositores cresceu tanto, que o evento foi dividido em eventos anuais- Decaner Wine Show Europa e Decanter Wine Show Novo Mundo. “Produtores que nunca vieram ao Brasil,  estreantes no Decanter Wine Show, vêm da França nesta edição”, conta Adolar Hermann, proprietário da Decanter.
Entre eles, Antonin Guyon da Borgonha,De Sousa et Fils da Champagne ,Château de Tracy de Pouily Fumé, Domaine de L’Oustal Blanc de Minervois, Domaine Paul Mas, Mahler- Besse negociants de Bordeaux, Montirius de Vacqueyras e Domaine Paul Planck da Alsacia.

Da Itália, três grandes estrelas estarão presentes. Gulfi (Matteo Catania) da Sicilia, produtor orgânico do ano, pelo guia D’Agata & Comparini, a produtora do ano pelo guia Duemilavini da AIS, Elena Walch do Trentino (Elena e  Werner Walch, proprietários) e  Franz Haas também do Trentino.

Da Espanha, destaque para José Pariente  da Rueda que irá apresentar seus vinhos pela primeira vez no Decanter Wine Show e o pequeno Celler de L’Encastel do Priorat.

De Portugal, grandes nomes como Alves de Souza do Douro, Anselmo Mendes do Vinho Verde, Altas Quintas do Alentejo e Dona Maria do Alentejo.

Com o melhor portfolio de alemães no país, farão estréia no Decanter Wine Show, Dr. Heger de Baden, Horst Sauer da Francônia, Reicast Von Buhl de Pfalz.

Da Hungria o mais prestigiado produtor de tintos do país, Attila Gere.
Da Eslovenia, Marjan Simcic, proprietário da vinícla Simcic de Brda e da Croácia, Korta Katarina.

A Grécia será representada pelo Domaine Sigalas de Santorini.


Locais e datas:

25 de junho -Rio Janeiro- Rio Othon Palace- Av. Atlantica, 3264- Copacabana
26 de junho- São Paulo- Hotel Tivoli- Al. Santos, 1437
27 de junho- São Paulo- Al. Santos, 1437
28 de junho- Porto Alegre- Sheraton Hotel- Rua Olavo Barreto Vianna, 18- Moinhos
29 de junho – Belo Horizonte- Av. do Contorno, 8657


A feira acontecerá das 16 h às 22h nas quatro capitais. O ingresso custará
R$ 250,00, com direito a uma taça + kit DWS + bônus (valor do ingresso poderá ser revertido em compras acima de Mil Reais, realizadas no dia do evento).Os ingressos devem ser adquiridos antecipadamente nas Enotecas Decanter:; São Paulo Tel. (11) 3073-0500; Belo Horizonte Tel. (31) 3287-3618;  Rio de Janeiro Tel. (21) 2286-8838, Porto Alegre (51)3222-1131.


Mais informações
Pro Pop Comunicação - Fernanda Fonseca

Tel. (11) 99740219


quarta-feira, 6 de junho de 2012

6 belos vinhos da Sicília


Recentemente participei de uma bela degustação de vinhos da siciliana Tasca d’Almerita, a convite do amigo Nicola Massa, representante da vinícola. A prova aconteceu na ABS Flamengo e contou com a participação do renomeado jornalista/crítico de vinho (e amigo) Alexandre Lalas.

A Tasca é uma das empresas de vinhos mais comentadas dos últimos tempos, tendo conseguido grande visibilidade e fama internacional, sobretudo ganhando o cobiçado título de Vinícola do Ano em 2011 pelo prestigiado guia do Gambero Rosso. A união de tradição (200 anos de experiência) e modernidade, junto com um território único, faz da casa realmente um must para o apreciador de bons vinhos.

A vinícola possui vinhedos em várias sub-regiões da ilha da Sicília, cada um com tipicidade própria; na ocasião provamos 6 rótulos, sendo 2 brancos, 3 tintos e um de sobremesa. 
Começamos com o best-seller da casa: o Regaleali Bianco 2010, Corte de Inzolia, Grecanico, Sauvignon Blanc e Catarratto. Considerado uma das melhores compras do mundo, é um clássico italiano para brancos despretensiosos, mas gostosos. É leve, frutado, equilibrado e muito agradável. Impossível não gostar (R$ 80,00).


O segundo branco foi o Nozze d’Oro 2009. O nome significa “bodas de ouro”, e foi lançado justamente em ocasião dos 50 anos de casamento dos donos da vinícola. Corte de 2 uvas, Inzolia e Sauvignon Blanc, é um branco já mais importante e complexo (com uma evidente lichia se destacando sobre os outros aromas frutados e florais), capaz de evoluir alguns anos a mais, mas que não perde em frescor e leveza (R$109,00).


A seguir, o tinto Sallier de la Tour Syrah 2009. A uva syrah se expressa na Sicília de maneira única, diferenciando-se dos syrahs franceses e do novo mundo que costumamos encontrar por aqui. O solo vulcânico realça ainda mais as especiarias típicas da casta e agrega uma natural acidez que privilegia um produto menos concentrado. Este exemplar, com parcial passagem em madeira de 2° e 3° uso não foge do estilo, confirmando um conjunto bem equilibrado (R$59,00).


O Regalelali Rosso 2009 foi um show. Nero d’Avola em pureza com estágio 50% em inox e 50% em grandes barris de Eslavônia . Aromas de mirtilo, ameixa, sálvia, chá preto, azeitonas e tabaco, boa presença de boca com uma textura macia, taninos finos, acidez na medida e final médio (R$ 80,00).


O Rosso del Conte 2005, corte de Nero d’Avola, Perricone e outras pequenas parcelas de uvas tintas, é o super-premium da casa. Um grande vinho, que já levou 93 pontos pelo Robertinho Parker e 3 bicchieri pelo Gambero Rosso. Matura por 18 meses em barricas francesas de 1° uso e é certamente um vinho capaz de agüentar bem o passar do tempo. No nariz cereja, alcaçuz, café, menta, canela e tabaco; na boca grande corpo, uma densa rede de taninos finos e maduros, boa acidez e madeira perfeitamente integrada (R$272,00).


Encerrando com um vinho branco de sobremesa, o Capofaro Malvasia 2008. Procedente da linda ilha de Salina do arquipélago das Eolie é um “passito” (produzido com uvas passificadas) de Malvasia. Em estilo Sauternes (aliás, uma válida alternativa a eles), sem excesso de doçura e muito frescor, apresentou notas de laranja, damasco e fruta cristalizada em geral. No palato um raro equilíbrio entre açúcar e acidez (R$ 175,00).


Importados pela Mistral, são rótulos excelentes, prejudicados talvez nestes dias de alta do dólar, por preços um pouco acima do esperado. Tendo que eleger um ganhador eu votaria no Regaleali Rosso, também em função da mágica junção de palavras “custo/beneficio”, mas de qualquer forma são todos vinhos que merecem ser provados.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Um disco voador nos vinhedos?



OVNI nos vinhedos? Alienígenas querendo entender o motivo que nos deixa tão bobos encantados na frente do vinho? Nada disso, ou ainda não, pelo menos. A estranha engenhoca é um cam-quadrocopter: uma modelo de helicóptero rádio comandado (também conhecido como drone), abaixo do qual fica ligada uma câmera de alta definição. No caso serviu para gravar espetaculares tomadas sobrevoando os vinhedos da Gadino Cellars, na Virginia, EUA. Isso que é marketing. Confira abaixo: bem legal.



domingo, 3 de junho de 2012

O lado B do terremoto na Itália


Com este post não quero absolutamente desrespeitar os mortos e feridos, tampouco os milhares de desabrigados de meus conterrâneos que foram afetados pelo recente e devastador terremoto. Aliás faço públicos os meus sentimentos para eles. Mas este é principalmente um espaço de vinho, então aqui é disso que falamos.

Entre os vários monumentos danificados, também um templo da eno-gastronomia italiana, o restaurante Ambasciata di Quistello (Mântua) sofreu pelo terremoto. Móveis, cristais, e, sobretudo, 4000 garrafas destruídas em uma adega que fez história, tendo acumulado ao longo das décadas uma série de grandes vinhos (alguns muito raros). Uma perca inestimável, que deixou o dono-chef Romano Tamani em lagrimas, mas não desesperado: ele promete a reabertura quanto antes. Tomara: o mundo não pode perder um dos patrimônios históricos onde afundam as raízes da alta cozinha italiana.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Um almoço com Luis Duarte

Nestas últimas semanas tive o privilegio de ser convidado a vários eventos e degustações: o calendário aqui no Rio está bem corrido, e ainda não tive tempo de postar algo a respeito (em alguns casos participei de mais de um evento por dia - e infelizmente tive que abrir mão de outros). Mas vamos tentar recuperar o atraso.
No dia 24/05 a convite da competente e simpática Andréa Fantoni da agência de comunicação Rede Interação participei de um almoço harmonizado com o renomeado enólogo Luis Duarte, um dos mais premiados winemakers de Portugal (várias vezes eleito melhor enólogo do Pais, por 18 anos comandando os trabalhos da Herdade do Esporão e outras grandes vinícolas). Ele veio apresentar uns vinhos de produção própria, mais alguns elaborados por ele para a vinícola Herdade dos Grous. Todos procedentes do Alentejo, de vinhedos orgânicos e produção sustentável. 

O evento aconteceu no requintado restaurante Vieira Souto de Ipanema exclusivamente para um seleto grupo de profissionais do mundo da eno-gastronomia carioca; e com muito orgulho compartilhei a mesa com esta elite e com o próprio Luis Duarte.

O cardápio foi um show (veja foto abaixo) e os vinhos idem. Vou aqui focar a atenção somente no “aspecto líquido”, mas vale ressaltar que a comida estava sensacional.

Degustamos 7 vinhos, todos de safra 2009.
Começamos com o Rapariga da Quinta Branco: elaborado com as uvas Antão Vaz e Arinto, é um branco jovem e despretensioso, mas muito interessante, com notas de pão e amêndoas, na boca muito fresco e gostoso.

O branco seguinte, o Rubrica Branco é um corte de Viognier, Antão Vaz e Verdelho, com parcial estágio em madeira: aromas de fruta tropical, manteiga e queijo derretido, com muito equilíbrio e boa persistência na boca.

O primeiro tinto, o Rapariga da Quinta Tinto é um corte de Aragonês, Trincadeira e Touriga Nacional com 6 meses de passagem em madeira: vinho exuberante e bastante frutado, mas sem perder o equilíbrio.

O Rapariga da Quinta Reserva é elaborado com mesmo corte, mas com uma maceração mais longa e o dobro de estágios em madeira (12 meses): mais complexo que o precedente, além da fruta madura mostrou notas de torrefação e alcaçuz, muita elegância na boca, com taninos domados e boa acidez.

Seguimos com o Herdade dos Grous Tinto, feito a partir de Aragonês, Alicante, Touriga Nacional e Syrah com breve passagem em madeira. Notas florais e apimentadas e boa presença de boca.

Continuamos com o Rubrica Tinto: Alicante, Touriga Nacional, Syrah, Aragonês e Petit Verdot maturado por 9 meses em carvalho. Este assemblage dá ao vinho uma interessante complexidade de fruta silvestre, hortelã e toques de especiarias.

O astro do dia foi o Moon Harvest: a palavra “astro” nunca foi mais apropriada, pois o nome do rótulo remete ao cultivo biodinâmico pelo qual a colheita é feita no ciclo de maior influência da Lua, fato que supostamente daria às plantas o máximo de substâncias nutritivas. Verdade ou não (não entro aqui nas questões biodinâmicas, quem quiser aprofundar clique aquio vinho é espetacular: Alicante Bouschet em pureza, mostrou várias camadas de aromas (cassis, ameixa, alcaçuz, tabaco, café); na boca uma textura aveludada e grande volume, taninos macios, perfeita acidez e longo final.
Enfim, todos vinhos excelentes (todos com notas acima de 91 pela revista Wine Enthusiast), com características próprias e tipicidade alentejana. Obviamente, como sempre, cada um tem o seu momento (e o seu prato), de qualquer forma eu destacaria o Moon Harvest, pela complexidade e os dois Rapariga da Quinta “básicos” (o branco e o tinto) para mostrar uma diferenciada personalidade própria.

Os vinhos são importados pela Epice


 Licinio, da importadora Epice  e o  enólogo  Luis Duarte









Palestra

Na minha mesa só feras (menos eu, é claro!): os jornalistas Marcelo Copello, Alexandre Lalas, Bruno Agostini e Reinaldo Paes Barreto, mais o  enólogo Luis Duarte e o presidente da ABS-Rio Ricardo Farias 







De outra perspectiva











A organizadora do evento Andréa Fantoni e o maitre-sommelier da casa João Souza










O enologo / produtor Luis Duarte e eu

O menu especial do dia
















A vista da varanda do restaurante