Acaba de ser aprovada na Itália uma medida controversa: um decreto-lei do Ministério das Políticas Agrícolas estabeleceu a disciplina para os concursos enológicos. Entre um mar de blábláblá, o item que chamou atenção e causou revolta para umas categorias é que os júris deverão ser compostos exclusivamente de enólogos titulados e técnicos em enologia com diploma que tenham atuado pelo menos um ano no setor vitivinícola.
Ou seja: nas competições de vinho nada de jornalistas, artistas, intelectuais, formadores de opiniões (menos ainda blogueiros!) para atribuir medalhas.
Uma verdadeira pancada para os aspirantes novos Parker/Sucling/Robinson da vida que vão ver a própria hegemonia sendo redimensionada.
Sinceramente ainda não cheguei a uma conclusão pessoal a respeito.
A medida pode parecer feita especialmente para proteger a categoria dos enólogos, a cada vez mais superados (em influência/fama/renda) pelos jornalistas badalados e supostos experts. Mas a verdade é que uma avaliação feita por um time de especialistas mesmo, acredito ser um fato reconfortante: afinal eles conhecem o produto e os bastidores a partir das raízes da planta até o líquido final no copo e certamente a análise será mais confiável.
Por outro lado, temos que pensar na liberdade de opinião dos cidadãos comuns, que não tem menor interesse na manufatura do caldo ou em degustações técnicas, mas sim querem saber simplesmente se o vinho tal é bom ou ruim.
E vocês de qual lado estão?